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Operação da PF não
atrapalha liqüidação
DANIEL BERGAMASCO
DA REPORTAGEM LOCAL
Jazz no som ambiente, clientes
experimentando roupas na Gucci, baldes de champanhe gelado
nos corredores. Enquanto nos escritórios do setor administrativo
os funcionários da Daslu trabalhavam apreensivos, nas áreas de
circulação de clientes o clima era
de aparente normalidade.
As vendas não foram interrompidas em nenhum momento do
dia. Em liquidação desde o início
da semana -produtos de coleções de inverno estão com descontos que chegam a 50%- a
Daslu viveu um dia movimentado. O "corner" da grife italiana
Dolce & Gabanna -onde pode
ser encontrada uma calça jeans
por R$ 4.180, fora da liquidação-
era um dos mais disputados.
O restaurante Leopolldina (um
copo d'água, R$ 3,50) também ficou cheio. Por volta das 17h, o bar
do local estava concorrido, com
quase todas as mesas ocupadas.
Dois músicos tocavam piano e
violoncelo enquanto os freqüentadores tomavam chá com bolos,
bolachas e croissants.
Já no espaço da francesa Louis
Vuitton, uma das maiores atrações do primeiro andar, o movimento era mediano. A grife não
faz promoções em nenhuma época do ano -envia seus produtos
de coleções passadas para Paris,
onde são incinerados.
No restante da loja, o clima de liqüidação só não era mais evidente
porque os clientes têm a opção de
não circular com sacolas. Uma espécie de esteira, que não fica visível ao público, transporta as compras direto para as mãos do manobrista, no estacionamento.
Pela manhã, horário da visita da
Receita à loja, poucos clientes esbarraram com fiscais e policiais.
Em grupos de três ou quatro homens, eles faziam buscas breves.
No "corner" da Vivo, por exemplo, ficaram cerca de 20 minutos.
Levaram notas fiscais.
"Gente, esse é o melhor dia para
comprar aqui!", comentava uma
cliente, cercada por um grupo de
amigas, no Leopolldina. "Que bafão, né?", dizia outra, em voz baixa, no setor masculino, onde se
vendem de camisetas de R$ 2.500
a lanchas de R$ 7 milhões.
As vendedoras foram orientadas a não comentar o assunto
com os freqüentadores da loja.
Quando questionadas, diziam
frases como "Não sei" ou "Vai dar
tudo certo". Nos espaços com
pouco movimento de fregueses,
contudo, o assunto dominava entre os funcionários. "É, mãe, mas
deve ser coisa do PT para desviar
a atenção do povo. Igual à história
da Schincariol", dizia, ao celular,
uma vendedora da agência de turismo Teresa Perez Tours, que fica no terceiro andar da loja.
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