ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

A Daslu movimenta ao ano mais de R$ 400 milhões em vendas (US$ 154 milhões), segundo a conta de especialistas que apontaram, no ano passado, uma expansão de até 40% nos negócios da empresa -ancorada na disparada do consumo de luxo no país. Para ter uma idéia, no shopping Iguatemi, o mais tradicional de São Paulo, que vende de grifes a itens populares, o faturamento ultrapassou R$ 1 bilhão em 2004.
Com mil empregados, sendo 200 "dasluzetes" -apelido das vendedoras que recebem até R$ 15 mil (incluindo comissão) por mês-, o grupo tem dados impressionantes. Entre 75% e 80% das pessoas que vão à Daslu não vão embora da loja sem comprar alguma coisa. Já em shoppings, essa taxa varia de 15% a 30%.
Em investimentos, os volumes também são altos. Para a inauguração da nova Daslu -o espaço de 20 mil metros quadrados, incluindo o terraço, aberto ao público em junho-, foram gastos R$ 200 milhões. Estima-se que R$ 40 milhões tenham sido bancados pela própria Daslu, e o restante, rateado entre as grifes que estão na operação comercial. Elas são as principais marcas de alto luxo e novatas no mercado brasileiro, como a varejista dos EUA Gap.
Cálculos que envolvem a rede de roupas não são fáceis de serem feitos. A Daslu vende riqueza mas evitar falar dela. Em 2003, quando a rede já tinha expressão nacional, e os primeiros dados de faturamento vazaram ao mercado, as vendas chegaram a US$ 110 milhões no ano. Para chegar aos resultados presentes, a Folha pediu que especialistas de varejo de luxo calculassem a expansão registrada em 2004.
Calcula-se, segundo as consultorias AT Kearney e MCF Fashion, que o crescimento da Daslu tenha sido de 35% a 40%.
Com isso, é possível chegar a valores que ultrapassem os US$ 150 milhões em movimentações de venda no grupo ao ano (R$ 410 milhões em 2004).

Origem
Foi nos anos 1980 que a Daslu deu os primeiros passos para se tornar o negócio que é atualmente. A butique começou a operar naquela época em uma casa na Vila Nova Conceição, zona oeste da capital, sob o comando de Lucia Albuquerque, mãe de Eliana Tranchesi. Comercializava basicamente roupas nacionais, sem as grifes renomadas. Em 1984, Eliana assumiu o comando da loja após a morte de sua mãe.
Só nos anos 1990 marcas italianas e francesas começaram a chegar às prateleiras da empresa, que não parou de crescer e chegou a enfrentar problemas com os vizinhos. Ganhou renome internacional e freqüentou as páginas das principais revistas de moda e comportamento do planeta, considerada um fenômeno num país pobre como o Brasil.
A Daslu também foi vender a moda lá fora, com marca própria. Foi parar em 61 lojas de 24 países, inclusive no showroom do hotel Plaza Athénée, em Paris, onde ficaram famosas as badaladas festas que promovia durante as temporadas de desfiles.


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