IURI DANTAS
DE WASHINGTON

O governo norte-americano revisou ontem a previsão de déficit orçamentário para o ano fiscal que se encerra em setembro, ao reduzir o total estimado em US$ 94 bilhões, em relação à última estimativa realizada em fevereiro. Se confirmadas as novas expectativas da Casa Branca, o Orçamento dos EUA terminará o ano com um déficit de US$ 333 bilhões -cerca de R$ 779,2 bilhões.
O valor equivale a 2,7% do PIB (Produto Interno Bruto), uma redução significativa ante o recorde US$ 668 bilhões -5,7% do PIB- registrados em 2004-, o que permitiu ao presidente George W. Bush anunciar ontem que deve atingir a meta de reduzir o déficit à metade antes de 2009. Nesse caso, o governo usa os dados do ano fiscal, que fechou com déficit de US$ 521 bilhões -ou 4,5% do PIB. Na média dos últimos 40 anos, o índice tradicionalmente estaciona nos 2,3% do PIB.
Os números também embutem uma segunda boa notícia para os republicanos: finalmente dá sinais de eficiência a estratégia de redução de impostos implementada por Bush. Apesar do corte nos impostos, a arrecadação deve crescer 14% em relação ao ano passado e quebrar um recorde de um quarto de século, com US$ 87 bilhões a mais em 2005 do que o arrecadado em 2004.
Se confirmada a previsão, este será o segundo ano consecutivo de aumento na arrecadação de impostos, depois de três períodos seguidos de queda.
Parte da redução do déficit se deve também aos esforços do governo em reduzir gastos, uma economia que deve chegar a US$ 35 bilhões neste ano.
A Casa Branca também revisou as projeções de déficit para 2006 e 2007, para US$ 341 bilhões e US$ 233 bilhões, respectivamente. Em 2009, quando Bush espera reduzir à metade o déficit, a previsão é que os gastos ultrapassem a receita em US$ 162 bilhões.

Balança comercial
Também ontem, o governo norte-americano divulgou os dados da balança comercial de maio, apontando ligeira queda de 2,8% no déficit de seu comércio com outros países para US$ 55,3 bilhões em maio, ante US$ 56,9 bilhões registrados em abril - R$ 129,4 bilhões e R$ 133,1 bilhões, respectivamente.
Em relação ao Brasil, o déficit acumulado atingiu US$ 3,8 bilhões no ano, com uma redução de US$ 832 milhões, em abril, para US$ 667 milhões, em maio, do superávit brasileiro nas trocas com os EUA.
A China, que vem acumulando recordes nas exportações para os Estados Unidos contribuiu com US$ 15,8 bilhões do total do déficit em maio, contra US$ 14,7 bilhões, em abril.
O déficit acumulado até maio está em US$ 284 bilhões. No mesmo período do ano passado, ele era de US$ 236 bilhões, fechando o ano em um total de US$ 617,6 bilhões.


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