|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Costa coloca em dúvida vantagens do software livre
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro das Comunicações,
Hélio Costa, quer assumir a coordenação de programas de governo que hoje estão na Casa Civil,
comandada por Dilma Rousseff.
Ele disse que fará o pedido ao presidente Lula na semana que vem.
Costa também manifestou dúvidas e restrições em relação à política de uso de software livre
(programas que não exigem pagamento de licença para uso, como o sistema operacional Linux)
nos programas de inclusão digital
do governo federal e na administração pública.
"Eu quero pedir ao presidente
que dê a oportunidade do ministério de coordenar alguns projetos que estão neste momento ancorados na Casa Civil, notadamente o PC Conectado e o Casa
Brasil. São idéias que surgiram
aqui, no ministério, e que acabaram absorvidas pela Casa Civil",
disse. Os dois programas citados
por Costa usam software livre.
Sobre o uso de software livre,
Costa se disse preocupado em relação aos custos com manutenção, que poderiam ser superiores
aos dos softwares proprietários
(que exigem pagamento de licença, como o sistema operacional
Windows, da Microsoft).
"O que me deixa preocupado é
manutenção. Não adianta nada
receber um instrumento gratuito
e que, depois, na manutenção, eu
vou gastar mais", disse. "Isso tem
que ser analisado. Não estou me
posicionando contra, mas essas
coisas têm que ser muito bem
medidas. Você oferece de graça e
depois fica amarrado numa manutenção cara ou complicada."
A Casa Civil analisa um decreto
que torna obrigatória, nas licitações para aquisição de computares e programas pelo governo federal, a opção pelo software livre.
O programa Casa Brasil prevê a
criação de locais com acesso à internet, salas de leitura, laboratórios de popularização da ciência,
auditórios, espaços multimídia,
oficinas de rádio e unidades bancárias. Os computadores rodam
usando software livre. A primeira
Casa Brasil foi inaugurada no final do ano passado.
O programa PC Conectado
(que hoje se chama Computador
para Todos) prevê incentivos fiscais e financiamento para a produção de computadores, equipados com software livre. Esses
computadores teriam acesso a internet por preços mais baixos (R$
7,50 por mês, 15 horas de conexão). O governo, no entanto, ainda não publicou decreto que permite às operadoras criar o acesso
a internet por preços mais baixos.
Hélio Costa disse também que o
Brasil não irá criar um padrão
próprio de TV Digital. "Não vamos reinventar o padrão. Onde é
que vamos arrumar o dinheiro?"
Ele informou que irá promover
uma reunião com ministros de
outros países do continente americano e conversar com representantes dos padrões de TV Digital
já existentes. Hoje, há os padrões
americano, europeu e japonês.
Na gestão do ministro Miro
Teixeira nas Comunicações, o governo chegou a anunciar a implantação de um padrão nacional. Em 2004, por decreto presidencial, foi criado o sistema brasileiro de TV Digital. Teixeira, no
entanto, não vê discordância nas
declarações de Costa. "Acho que
estamos falando da mesma coisa", disse.
Segundo o ex-ministro, há o
que ele chamou de subsistemas
(como o MPEG para compactação de arquivos de vídeo e o
Dolby para som) que não mudam, porque foram fruto de pesquisas muito caras e muito demoradas feitas no exterior.
Texto Anterior: Ligações perigosas: Telemar nega contato com Telecom Italia Próximo Texto: Panorâmica - INSS: Assembléia em SP decide manter greve da categoria Índice
|