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Governo quer novos direitos a domésticos
Além de sistema especial do FGTS, empregados podem vir a ter seguro-desemprego e 30 dias de férias
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Além da criação de um sistema especial do FGTS (Fundo
de Garantia do Tempo de Serviço), o governo poderá garantir
outros direitos para os empregados domésticos. Está em estudo nos ministérios da Previdência e do Trabalho a possibilidade de assegurar à categoria
o pagamento de seguro-desemprego e de férias de 30 dias.
O governo também cogita
proibir descontos que hoje os
patrões podem aplicar aos salários dos domésticos com gastos
de alimentação, vestuário e higiene. Esse conjunto de novos
direitos para a categoria foi incluído pelo Congresso na votação da medida provisória que
estabelece benefícios para os
empregadores que recolhem a
contribuição previdenciária de
empregados domésticos.
De início, o governo estava
disposto a vetar os artigos da
MP com o seguro-desemprego,
os 30 dias de férias e a proibição
dos descontos. Nas últimas
reuniões realizadas pela Previdência e pelo Trabalho, passou
a ser considerada a possibilidade de não vetar tais direitos ou,
se vetados, incluí-los no projeto
de lei a ser enviado ao Congresso com o sistema especial do
FGTS para os domésticos.
Hoje, para ter direito ao seguro-desemprego, os domésticos precisam comprovar o recolhimento à Previdência e ao
FGTS. No texto da MP, o único
requisito passa a ser a comprovação do recolhimento da contribuição previdenciária. No
caso das férias, a regra atual
prevê 20 dias úteis. Pela MP, os
trabalhadores domésticos passam a ter direito a 30 dias corridos de férias, o que iguala esses
trabalhadores aos demais.
Os descontos referentes a alimentação, vestuário e higiene
hoje são permitidos, mas o texto da MP aprovado pelo Congresso passa a proibi-los. O argumento é que esses valores
não têm natureza salarial nem
se incorporam à remuneração.
O sistema especial do FGTS
em estudo pelo governo pode
fixar alíquotas iniciais de 2% ou
4% para o FGTS. Gradualmente, tais alíquotas chegariam a
8%. Nas duas simulações, fica
descartada a multa de 40% nas
demissões sem justa causa. A
intenção do governo é enviar
um projeto de lei para o Congresso com o novo sistema junto com o veto parcial à MP.
É uma alternativa à obrigatoriedade do FGTS para os domésticos fixada pelo Congresso
no texto da MP. O governo entende que a medida desestimularia o registro em carteira.
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