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Previ investirá R$ 100 mi em "private equity"
Aporte ocorrerá em cinco fundos e por três anos, diz Sérgio Rosa, presidente do fundo de pensão do BB
DA REPORTAGEM LOCAL
Nos próximos três anos, a
Previ, entidade de previdência
complementar do Banco do
Brasil, vai direcionar R$ 100
milhões para "private equity"
(fundos de investimentos nos
quais os recursos são administrados por terceiros e investidos em empresas). A informação é do presidente da Previ,
Sérgio Rosa.
A Previ estava afastada do
"private equity" desde que
aportou recursos no CVC/Opportunity, fundo usado para investir na privatização do Sistema Telebrás. Nesse fundo, a
Previ vive em constante litígio
com os sócios - antes era o Citigroup, hoje aliado; agora é a
Telecom Italia, antiga companheira. Com o Opportunity, o
relacionamento foi sempre aos
trancos e barrancos -mas, desde 2000, tornou-se guerra
aberta.
Em entrevista exclusiva à
Folha, Rosa afirmou que a decisão de retomar os investimentos em "private equity" só
foi possível porque houve aperfeiçoamento nas práticas de governança da própria Previ. Os
R$ 100 milhões serão empregados em cinco fundos. O primeiro deles, o InfraBrasil, foi lançado no último dia 6, sob administração do ABN Amro.
Rosa, 47, exerce o segundo
mandato como presidente do
fundo de pensão do BB, o maior
da América Latina. Comandará
a instituição pelos próximos
dois anos. De acordo com ele, a
prioridade de sua gestão continuará sendo a melhora da governança corporativa -dentro
da instituição e nas companhias nas quais participa.
A seguir, trechos da entrevista.
(JANAÍNA LEITE)
FOLHA - A Previ vai retomar os investimentos em "private equity".
Por quê?
SÉRGIO ROSA - Orçamos R$ 100
milhões para os próximos três
anos para cinco fundos. As práticas de governança corporativa foram aperfeiçoadas e há regras rígidas previstas, que nos
garantem boas condições de
rentabilidade.
FOLHA - Sua entidade participa das
maiores empresas do país, inclusive
da Vale do Rio Doce, mas precisa fazer diminuir sua exposição em renda variável. Mudanças na estrutura
da companhia, como a pulverização
das ações, são hipóteses plausíveis?
ROSA - Inexiste discussão sobre esse assunto na Previ e na
Vale.
FOLHA - A Previ é detentora de
ações preferenciais (sem direito a
voto) na Arcelor, companhia recentemente adquirida pela Mittal, que
disse não ter interesse em comprar
as ações dos minoritários brasileiros. O que os srs. pretendem fazer?
ROSA - O assunto é complexo,
envolve vários aspectos, inclusive legislação internacional.
Estamos analisando o caso. Logo deveremos ter uma visão
melhor do que fazer.
FOLHA - Outro caso enroscado de
companhia na qual a Previ detém
ações preferenciais é o da Bombril.
Alguns acionistas nessas condições
entraram na Justiça pleiteando direito a voto. A Previ fará o mesmo?
ROSA - Entendemos que deveríamos ter direito a voto, uma
vez que foram três anos consecutivos sem distribuição de dividendos. Fizemos, inclusive,
uma requisição à CVM (Comissão de Valores Mobiliários),
que negou. Agora vamos esperar o que acontece antes de
uma nova iniciativa.
FOLHA - E a Brasil Telecom? Estão
acontecendo negociações entre os
sócios?
ROSA - Não que eu saiba. Estão
negociando sem mim. Mas,
mesmo que eu soubesse, não
poderia falar.
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