São Paulo, sexta-feira, 14 de julho de 2006

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Previ investirá R$ 100 mi em "private equity"

Aporte ocorrerá em cinco fundos e por três anos, diz Sérgio Rosa, presidente do fundo de pensão do BB

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos próximos três anos, a Previ, entidade de previdência complementar do Banco do Brasil, vai direcionar R$ 100 milhões para "private equity" (fundos de investimentos nos quais os recursos são administrados por terceiros e investidos em empresas). A informação é do presidente da Previ, Sérgio Rosa.
A Previ estava afastada do "private equity" desde que aportou recursos no CVC/Opportunity, fundo usado para investir na privatização do Sistema Telebrás. Nesse fundo, a Previ vive em constante litígio com os sócios - antes era o Citigroup, hoje aliado; agora é a Telecom Italia, antiga companheira. Com o Opportunity, o relacionamento foi sempre aos trancos e barrancos -mas, desde 2000, tornou-se guerra aberta.
Em entrevista exclusiva à Folha, Rosa afirmou que a decisão de retomar os investimentos em "private equity" só foi possível porque houve aperfeiçoamento nas práticas de governança da própria Previ. Os R$ 100 milhões serão empregados em cinco fundos. O primeiro deles, o InfraBrasil, foi lançado no último dia 6, sob administração do ABN Amro. Rosa, 47, exerce o segundo mandato como presidente do fundo de pensão do BB, o maior da América Latina. Comandará a instituição pelos próximos dois anos. De acordo com ele, a prioridade de sua gestão continuará sendo a melhora da governança corporativa -dentro da instituição e nas companhias nas quais participa.
A seguir, trechos da entrevista. (JANAÍNA LEITE)
 

FOLHA - A Previ vai retomar os investimentos em "private equity". Por quê?
SÉRGIO ROSA
- Orçamos R$ 100 milhões para os próximos três anos para cinco fundos. As práticas de governança corporativa foram aperfeiçoadas e há regras rígidas previstas, que nos garantem boas condições de rentabilidade.

FOLHA - Sua entidade participa das maiores empresas do país, inclusive da Vale do Rio Doce, mas precisa fazer diminuir sua exposição em renda variável. Mudanças na estrutura da companhia, como a pulverização das ações, são hipóteses plausíveis?
ROSA
- Inexiste discussão sobre esse assunto na Previ e na Vale.

FOLHA - A Previ é detentora de ações preferenciais (sem direito a voto) na Arcelor, companhia recentemente adquirida pela Mittal, que disse não ter interesse em comprar as ações dos minoritários brasileiros. O que os srs. pretendem fazer?
ROSA
- O assunto é complexo, envolve vários aspectos, inclusive legislação internacional. Estamos analisando o caso. Logo deveremos ter uma visão melhor do que fazer.

FOLHA - Outro caso enroscado de companhia na qual a Previ detém ações preferenciais é o da Bombril. Alguns acionistas nessas condições entraram na Justiça pleiteando direito a voto. A Previ fará o mesmo?
ROSA
- Entendemos que deveríamos ter direito a voto, uma vez que foram três anos consecutivos sem distribuição de dividendos. Fizemos, inclusive, uma requisição à CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que negou. Agora vamos esperar o que acontece antes de uma nova iniciativa.

FOLHA - E a Brasil Telecom? Estão acontecendo negociações entre os sócios?
ROSA
- Não que eu saiba. Estão negociando sem mim. Mas, mesmo que eu soubesse, não poderia falar.


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