|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Fundação Ruben Berta deve assumir 87% da "velha Varig"
Controladora será dona da maior parte de ações da fatia da aérea que carrega dívida
Credores se reúnem com a direção da Varig, mas não chegam a consenso sobre a nova proposta; companhia opera com 13 aeronaves
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
O novo modelo de venda da
Varig, reformulado a partir da
proposta de compra da VarigLog, manterá a FRB (Fundação Ruben Berta) como a dona
da "velha Varig", a parcela que
permanece em recuperação judicial e carrega as dívidas, estimadas em R$ 7,9 bilhões.
A FRB detém atualmente
87% das ações da Varig. Ela
continuará com o mesmo percentual de ações da "velha Varig", que ficará com a concessão
da Nordeste e uma só rota: São
Paulo-Porto Seguro. Desde o final do ano passado, a FRB foi
afastada pela Justiça do Rio da
gestão da companhia. Ela tentou interromper o processo de
recuperação judicial e vender a
Varig para Nelson Tanure
("JB" e "Gazeta Mercantil").
A presença da FRB, identificada por ex-dirigentes como
uma das principais responsáveis pela crise da Varig, deve
funcionar como mais um fator
de incerteza para os credores.
Não houve consenso na reunião de ontem entre a direção
da aérea, a VarigLog e representantes de estatais, de empresas de leasing e do Aerus,
fundo de pensão dos funcionários. Hoje haverá nova reunião.
"A FRB é dona da Varig, ela
nunca foi expropriada de suas
ações", disse Marcelo Bottini,
presidente da Varig. Para ele,
qualquer decisão sobre a aérea
precisará passar pela Deloitte,
administradora judicial, e pela
Justiça do Rio porque a Varig
está em recuperação judicial.
Antes da proposta da VarigLog, o plano de recuperação
da Varig previa a criação de um
FIP (Fundo de Investimento e
Participação) Controle. Os credores converteriam suas dívidas em ações e a FRB reduziria
sua participação para 5%. A saída da FRB do controle sempre
foi uma das premissas exigidas
pelo governo para qualquer
ajuda à empresa. As alterações
no plano precisam ser aprovadas pelos credores em assembléia na próxima segunda para
que a Varig possa ir a leilão.
Segundo Bottini, a empresa
vai oferecer debêntures (títulos
de dívida), imóveis e parte dos
créditos das ações que move
contra a União e os Estados como garantias aos credores.
Segundo relato de fontes envolvidas no negócio, o executivo Lap Chan, do fundo de investimento Matlin Patterson,
que participa da VarigLog, disse aos credores que a Varig opera com 13 aviões e que somente
1.500 dos 10 mil funcionários
deverão ser absorvidos pela nova Varig. A VarigLog já contratou uma empresa especializada
em montar rotas para aéreas, a
Seabury, que está sondando arrendadores para ver quais estão
dispostos a negociar.
Colaborou MAELI PRADO , da Reportagem Local
Texto Anterior: Japão susta importação de carne de frango do RS Próximo Texto: Aéreas podem ir à Justiça contra a compra da VarigLog pela Volo Índice
|