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Dólar encerra semana em queda de 2,2%, a R$ 1,862
Alta acumulada de 2,13% leva Bolsa a novo recorde
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após acumular baixa de
2,15% na semana, o dólar encerrou as operações de ontem a
R$ 1,862 -seu menor valor
desde 12 de outubro de 2000.
As intervenções do Banco
Central no mercado de câmbio
mostraram não ser capazes de
deter a apreciação da moeda
brasileira. Em seus leilões, o BC
deve ter adquirido cerca de US$
2 bilhões dos bancos somente
nesta semana -atuação insuficiente para evitar a continuidade da queda do dólar. Ontem, a
moeda recuou 0,59%, com o BC
intervindo duas vezes.
Se a tendência do dólar é a de
baixa, a Bolsa de Valores de São
Paulo vive situação inversa. A
Bovespa conquistou mais uma
semana de alta e encerrou o
pregão de ontem com a quebra
de outro recorde, ao alcançar
57.644 pontos. Foi o 30º recorde somente neste ano.
A alta de ontem foi tímida, de
apenas 0,05%. Durante o pregão, a Bolsa cravou ganho máximo de 0,64%, encostando nos
58 mil pontos, o que atraiu vendedores.
O índice Ibovespa, que reúne
as 59 ações de maior liquidez da
Bolsa paulista, subiu 2,13% na
semana. A valorização no mês
já chega a 5,98% -quase a mesma rentabilidade alcançada pelos fundos de renda fixa no primeiro semestre de 2007. No
ano, a alta acumulada pela Bolsa está em 29,61%.
Após a apreciação consistente dos últimos meses, o Morgan
Stanley rebaixou sua recomendação para as ações brasileiras
de "acima da média" para "na
média" do mercado. Segundo a
instituição financeira, a decisão
foi tomada por temor de que os
ganhos registrados até o momento superem as perspectivas
de crescimento das companhias locais.
As ações da China também
foram rebaixadas. Já a recomendação para México, Malásia e Israel foi elevada.
Os pregões de ontem foram
mais calmos, após a euforia vivida pelas Bolsas mundiais na
quinta-feira.
Apesar de a alta da Bolsa de
Nova York ter sido moderada
ontem, de 0,33%, o índice Dow
Jones encerrou em novo nível
recorde, de 13.907 pontos. A
Nasdaq, Bolsa eletrônica das
ações de companhias de alta
tecnologia, subiu 0,20%.
Juros
Na próxima semana, os agentes do mercado estarão atentos
à decisão a ser tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em relação à taxa básica de juros da
economia, a Selic.
Investidores e analistas estão
divididos: uma parcela (a
maior) espera que a Selic seja
reduzida de 12% para 11,5%; outra parte aguarda um corte
mais modesto, para 11,75%.
No pregão da BM&F (Bolsa
de Mercadorias & Futuros), a
taxa projetada pelo contrato DI
(Depósito Interfinanceiro) de
prazo mais curto recuou na semana de 11,67% para 11,56%.
Isso mostra que cresceu a parcela dos que esperam por um
corte de 0,5 ponto na Selic.
Para o mercado acionário, a
alternativa de corte maior é a
mais interessante, pois juros
menores sempre podem estimular novos investidores a entrar na Bolsa em busca de chances de mais lucros.
Na semana, as altas predominaram dentre os 59 papéis que
compõem o índice Ibovespa.
Foram 38 altas, 20 quedas e
uma estabilidade.
O destaque ficou com as
ações preferenciais da VCP
(Votorantim Celulose e Papel),
que tiveram valorização de
8,84%. Os papéis PN da Bradespar e do Bradesco também brilharam, com altas de 7,7% e de
7,66%, respectivamente, na semana. Já ação ON da Brasil Telecom Participações terminou
a semana com perdas de 4,47%.
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