São Paulo, sábado, 14 de julho de 2007

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Dólar encerra semana em queda de 2,2%, a R$ 1,862

Alta acumulada de 2,13% leva Bolsa a novo recorde

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Após acumular baixa de 2,15% na semana, o dólar encerrou as operações de ontem a R$ 1,862 -seu menor valor desde 12 de outubro de 2000.
As intervenções do Banco Central no mercado de câmbio mostraram não ser capazes de deter a apreciação da moeda brasileira. Em seus leilões, o BC deve ter adquirido cerca de US$ 2 bilhões dos bancos somente nesta semana -atuação insuficiente para evitar a continuidade da queda do dólar. Ontem, a moeda recuou 0,59%, com o BC intervindo duas vezes.
Se a tendência do dólar é a de baixa, a Bolsa de Valores de São Paulo vive situação inversa. A Bovespa conquistou mais uma semana de alta e encerrou o pregão de ontem com a quebra de outro recorde, ao alcançar 57.644 pontos. Foi o 30º recorde somente neste ano.
A alta de ontem foi tímida, de apenas 0,05%. Durante o pregão, a Bolsa cravou ganho máximo de 0,64%, encostando nos 58 mil pontos, o que atraiu vendedores.
O índice Ibovespa, que reúne as 59 ações de maior liquidez da Bolsa paulista, subiu 2,13% na semana. A valorização no mês já chega a 5,98% -quase a mesma rentabilidade alcançada pelos fundos de renda fixa no primeiro semestre de 2007. No ano, a alta acumulada pela Bolsa está em 29,61%.
Após a apreciação consistente dos últimos meses, o Morgan Stanley rebaixou sua recomendação para as ações brasileiras de "acima da média" para "na média" do mercado. Segundo a instituição financeira, a decisão foi tomada por temor de que os ganhos registrados até o momento superem as perspectivas de crescimento das companhias locais.
As ações da China também foram rebaixadas. Já a recomendação para México, Malásia e Israel foi elevada.
Os pregões de ontem foram mais calmos, após a euforia vivida pelas Bolsas mundiais na quinta-feira.
Apesar de a alta da Bolsa de Nova York ter sido moderada ontem, de 0,33%, o índice Dow Jones encerrou em novo nível recorde, de 13.907 pontos. A Nasdaq, Bolsa eletrônica das ações de companhias de alta tecnologia, subiu 0,20%.

Juros
Na próxima semana, os agentes do mercado estarão atentos à decisão a ser tomada pelo Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) em relação à taxa básica de juros da economia, a Selic.
Investidores e analistas estão divididos: uma parcela (a maior) espera que a Selic seja reduzida de 12% para 11,5%; outra parte aguarda um corte mais modesto, para 11,75%.
No pregão da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), a taxa projetada pelo contrato DI (Depósito Interfinanceiro) de prazo mais curto recuou na semana de 11,67% para 11,56%. Isso mostra que cresceu a parcela dos que esperam por um corte de 0,5 ponto na Selic.
Para o mercado acionário, a alternativa de corte maior é a mais interessante, pois juros menores sempre podem estimular novos investidores a entrar na Bolsa em busca de chances de mais lucros.
Na semana, as altas predominaram dentre os 59 papéis que compõem o índice Ibovespa. Foram 38 altas, 20 quedas e uma estabilidade.
O destaque ficou com as ações preferenciais da VCP (Votorantim Celulose e Papel), que tiveram valorização de 8,84%. Os papéis PN da Bradespar e do Bradesco também brilharam, com altas de 7,7% e de 7,66%, respectivamente, na semana. Já ação ON da Brasil Telecom Participações terminou a semana com perdas de 4,47%.


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