|
Próximo Texto | Índice
Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Governo economiza no juro para pagar salário
Apesar de o Brasil estar se
saindo bem da crise, ainda que
a recuperação seja lenta, o governo está fazendo uma política anticíclica na direção errada.
Para se contrapor à queda da
demanda, o governo está aumentando os gastos com salários, quando as opções mais recomendáveis seriam as de ampliar o investimento e desonerar a carga tributária.
O diagnóstico é do economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central e consultor da Tendências. De acordo com ele, ao adotar essa política, o governo está armando
uma grande bomba-relógio que
irá explodir nas mãos do próximo governo.
Normalmente, o governo usa
como desculpa o fato de o mundo inteiro, a começar pelos Estados Unidos, o epicentro da
crise, também estar adotando a
mesma estratégia, mas Loyola
observa que as coisas não são
bem assim.
Ninguém, afinal, está combatendo a crise com o aumento de
salários. Tampouco nenhum
economista no mundo recomendou essa estratégia.
"Nenhum país está aumentando o funcionalismo como
resposta à crise. Essa é mais
uma política jabuticaba", afirma Loyola. "O pior é que toda a
economia que está se fazendo
com a queda de juros está se
gastando com aumento de salário", diz.
Para Loyola, essa política
adotada pelo governo vai dificultar a manutenção da trajetória da queda de juros, o que vai
fazer com que o país continue
com taxas muito altas em relação ao resto do mundo. Não é só
esse fator que faz com que o
país ainda conviva com juros
elevados, mas certamente o desequilíbrio fiscal é um elemento importante.
O grande problema, de acordo com Loyola, é que o risco
dessa política para o curto prazo é muito pequeno. Não há nenhuma luz vermelha acesa na
trajetória da relação dívida/
PIB até o próximo ano, mas, para o médio e o longo prazo, a situação pode ser preocupante.
"O pior é que não estamos
nem no ano eleitoral ainda."
PASSO LARGO
Uma das grandes vítimas da crise, a indústria de calçados
-com o mercado interno retraído e perda acumulada de 21,5
milhões de pares exportados nos primeiros cinco meses do
ano- espera que a feira Francal seja o início de sua retomada. Para estimular os negócios no evento, que começa hoje,
em São Paulo, os organizadores patrocinaram a vinda de
cem lojistas brasileiros e de 50 compradores internacionais
para a feira. Abdala Jamil Abdala, presidente da Francal,
afirma que a nova coleção, de primavera e verão, vai impulsionar o reaquecimento. "A crise afetou não apenas a indústria, mas também o comércio. Ela ainda não passou, mas as
vendas já reagiram nos últimos dois meses", diz.
NA MESA
A restauratrice Ida Maria Frank, sócia do italiano Due
Cuochi, abre hoje seu projeto francês, o Le Marais Bistrot, no Itaim Bibi, em São Paulo. O cardápio é assinado
pelo chef Wagner Resende, que por anos comandou a cozinha do Brasserie como subchefe de Erick Jacquin, com
supervisão de Ida Maria.
MOVIMENTO
A Ideiasnet nomeará Alexandra de Haan como sua
nova diretora financeira.
TURISTA
Os investimentos em tecnologia do mercado de viagens e turismo devem crescer mais de 12% ao ano até
2011, segundo estudo da
Amadeus sobre agências de
viagem na América Latina.
CONTROLE REMOTO
A reunião de ontem para
decidir se João Dória substituirá Roberto Justus no programa "O Aprendiz" não foi
conclusiva. O martelo será
batido na próxima semana.
CIMENTO
Até o mês de junho, a linha
de crédito Construcard com
recursos da Caixa Econômica Federal registrou crescimento de 427,95% com relação ao mesmo período do
ano passado. Foi contratado
um volume superior a
R$ 1,69 bilhão.
BARALHO
A brasileira Copag se tornou fornecedora oficial de
baralhos para os torneios da
PokerStars.net, um dos
maiores sites de pôquer do
mundo, com 15 milhões de
jogadores cadastrados. Com
isso, a Copag passa a estar
presente em torneios na Europa, na América e na Ásia.
com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
Próximo Texto: Governo confirma estatal para o pré-sal Índice
|