São Paulo, sábado, 14 de agosto de 2004

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RETOMADA

Com o 8º mês seguido de alta, Estado "puxa" crescimento do setor no país; no semestre, expansão chega a 10,6%

Produção da indústria de SP cresce 17,7%

IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE, NO RIO

O aumento na procura interna por bens de consumo duráveis impulsionou o nível de atividade da indústria do Estado de São Paulo em junho.
A produção da indústria paulista teve expansão de 17,7% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o oitavo mês seguido de alta, de acordo com dados divulgados ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No semestre, o crescimento foi de 10,6% em relação aos primeiros seis meses do ano passado -trata-se do segundo melhor desempenho entre as 14 áreas pesquisadas pelo IBGE.
No mês de junho, dando prosseguimento ao movimento verificado em maio, todas as regiões que fazem parte do levantamento apontaram melhora no nível de atividade industrial em relação a igual mês do ano passado. No acumulado do semestre, apenas o Rio de Janeiro não registrou expansão.

Fatores
Segundo o técnico da coordenação de Indústria do IBGE, André Macedo, dois fatores contribuíram para o bom desempenho da indústria em todas as regiões pesquisadas no mês de junho.
O primeiro é a base baixa de comparação (o ano passado teve resultados considerados decepcionantes), e o segundo, o fato de junho deste ano ter contado com um dia útil a mais do que o mesmo mês de 2003.
A maior expansão industrial tanto na comparação mensal como no acumulado do semestre ocorreu no Amazonas, com crescimento de 22,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior e incremento de 17,2% no semestre.
No entanto, São Paulo, que tem o maior peso na composição do índice nacional, foi o Estado que mais contribuiu para o crescimento de 13% na produção da indústria brasileira em junho e expansão de 7,7% no semestre -dados divulgados na semana passada.

Demanda
Tanto em São Paulo como no Amazonas o impulso veio, principalmente, dos setores de bens de consumo duráveis, que têm forte participação nas exportações, mas que já registram aquecimento da demanda interna, por conta das medidas para ampliação do crédito.
Em São Paulo, o segmento de veículos automotores teve aumento de 43,2% na produção em relação a junho do ano passado. No setor de material eletrônico e equipamentos de comunicações, a expansão foi de 84,7% no mês.
As menores taxas de crescimento na comparação com junho do ano passado ficaram com o Paraná, que registrou 1,7%, e o Rio de Janeiro, com 3,2%.
No acumulado dos primeiros seis meses do ano, o Rio foi o único local que não apresentou expansão, mostrando estabilidade em relação ao primeiro semestre de 2003.
O crescimento nulo na produção industrial do Rio, segundo o técnico do IBGE André Macedo, é resultado das paralisações ocorridas no setor extrativo mineral, em especial a produção de petróleo, no início do ano. O setor representa 31% da indústria geral do Rio de Janeiro.
As paralisações na produção ocorreram para a manutenção das plataformas de petróleo e gás. Em relação ao mês de junho do ano passado, a produção do setor extrativo mineral apresentou um crescimento de 3,2%, mas no semestre houve uma redução de 5,9%.


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