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RETOMADA
Com o 8º mês seguido de alta, Estado "puxa" crescimento do setor no país; no semestre, expansão chega a 10,6%
Produção da indústria de SP cresce 17,7%
IVONE PORTES
DA FOLHA ONLINE, NO RIO
O aumento na procura interna
por bens de consumo duráveis
impulsionou o nível de atividade
da indústria do Estado de São
Paulo em junho.
A produção da indústria paulista teve expansão de 17,7% em junho na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Foi o oitavo mês seguido de alta, de acordo com dados divulgados ontem
pelo IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística).
No semestre, o crescimento foi
de 10,6% em relação aos primeiros seis meses do ano passado
-trata-se do segundo melhor desempenho entre as 14 áreas pesquisadas pelo IBGE.
No mês de junho, dando prosseguimento ao movimento verificado em maio, todas as regiões
que fazem parte do levantamento
apontaram melhora no nível de
atividade industrial em relação a
igual mês do ano passado. No
acumulado do semestre, apenas o
Rio de Janeiro não registrou expansão.
Fatores
Segundo o técnico da coordenação de Indústria do IBGE, André
Macedo, dois fatores contribuíram para o bom desempenho da
indústria em todas as regiões pesquisadas no mês de junho.
O primeiro é a base baixa de
comparação (o ano passado teve
resultados considerados decepcionantes), e o segundo, o fato de
junho deste ano ter contado com
um dia útil a mais do que o mesmo mês de 2003.
A maior expansão industrial
tanto na comparação mensal como no acumulado do semestre
ocorreu no Amazonas, com crescimento de 22,1% em relação ao
mesmo mês do ano anterior e incremento de 17,2% no semestre.
No entanto, São Paulo, que tem
o maior peso na composição do
índice nacional, foi o Estado que
mais contribuiu para o crescimento de 13% na produção da indústria brasileira em junho e expansão de 7,7% no semestre
-dados divulgados na semana
passada.
Demanda
Tanto em São Paulo como no
Amazonas o impulso veio, principalmente, dos setores de bens de
consumo duráveis, que têm forte
participação nas exportações,
mas que já registram aquecimento da demanda interna, por conta
das medidas para ampliação do
crédito.
Em São Paulo, o segmento de
veículos automotores teve aumento de 43,2% na produção em
relação a junho do ano passado.
No setor de material eletrônico e
equipamentos de comunicações,
a expansão foi de 84,7% no mês.
As menores taxas de crescimento na comparação com junho do
ano passado ficaram com o Paraná, que registrou 1,7%, e o Rio de
Janeiro, com 3,2%.
No acumulado dos primeiros
seis meses do ano, o Rio foi o único local que não apresentou expansão, mostrando estabilidade
em relação ao primeiro semestre
de 2003.
O crescimento nulo na produção industrial do Rio, segundo o
técnico do IBGE André Macedo, é
resultado das paralisações ocorridas no setor extrativo mineral, em
especial a produção de petróleo,
no início do ano. O setor representa 31% da indústria geral do
Rio de Janeiro.
As paralisações na produção
ocorreram para a manutenção
das plataformas de petróleo e gás.
Em relação ao mês de junho do
ano passado, a produção do setor
extrativo mineral apresentou um
crescimento de 3,2%, mas no semestre houve uma redução de
5,9%.
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