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PILOTO DE PROVAS
"Comprem o carro", afirmou o presidente, ao testar veículo multicombustível em Brasília
Lula vira garoto-propaganda da GM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva colocou em prática ontem o que havia dito 15 dias antes a empresários, em Brasília,
sobre fazer propaganda dos produtos brasileiros. Em cerimônia
no Planalto para a apresentação
de um automóvel multicombustível, após testar o carro, disse
aos jornalistas: "Comprem o
carro que vale a pena".
Tratava-se de um modelo da
General Motors que roda com
álcool, gasolina e gás natural. De
acordo com o fabricante, é o primeiro automóvel com esse tipo
de motor no mundo. O fabricante definirá no final de agosto
quantas unidades serão produzidas e qual será o preço delas. O
governo analisa a possibilidade
de conceder incentivo fiscal para
produzir esse tipo de veículo.
Há cerca de 15 dias, em encontro sobre arranjos produtivos locais, em Brasília, o presidente
havia dito aos empresários presentes que poderiam usá-lo como outdoor: "Se eu puder servir
de outdoor, me usem. Senão,
não me deixem viajar", disse.
Após encontro com o presidente da empresa, Ray Young, e
com o vice-presidente da GM,
José Carlos Pinheiro Neto, Lula
desceu até os fundos do palácio,
onde estava estacionado o carro.
Olhou o motor e o porta-malas
antes de entrar no modelo. Depois deu partida e buzinou.
Com o carro parado, forçou o
acelerador enquanto fazia a mudança no motor entre os diferentes tipos de combustível, por
meio de um botão no painel.
"Agora vou colocar gás. Agora
vou colocar gasolina. Agora vou
colocar álcool", disse, sorrindo.
O ministro Luiz Fernando
Furlan (Desenvolvimento), que
estava ao lado do presidente durante a apresentação, disse que o
governo estuda uma "redução
tarifária" para os carros multicombustíveis. "O Ministério da
Fazenda vem estudando o pleito
do setor automotivo de ter uma
redução tarifária para veículos
multicombustíveis. Esse tema
está em análise com o ministro
[Antonio] Palocci [Filho]. Eu
acredito que haja possibilidade
do benefício", disse.
Ao ser indagado se não era
prejudicial para a imagem de
Lula aparecer ao lado de um
produto de determinada marca,
à qual fez elogios, Furlan respondeu: "De jeito nenhum. Em tudo
o que puder ajudar a venda de
produtos e tecnologia brasileiras, o presidente vai estar, independentemente da origem da
companhia.
(JULIA DUAILIBI)
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