São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 2006

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Pedágio baixo pode afastar investidores

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Potenciais investidores nas próximas concessões rodoviárias acham que será difícil atrair o capital privado com o valor teto de pedágio que consta da audiência pública.
"A tarifa teto é muito baixa. Concessionárias mais experientes terão dificuldade em fazer ofertas", avalia Moacyr Servilha Duarte, presidente da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). A entidade representa 36 empresas que operam concessões em sete Estados.
"O conceito que deveria vigorar não é o de menor tarifa, mas o da tarifa que o usuário está disposto a pagar para ter uma estrada boa", diz Duarte. Mas ele ressaltou que a entidade está de acordo com a modelagem básica do leilão, porque foram corrigidos erros da etapa anterior.
Para Geraldo Aguiar de Brito Vianna, presidente da NTC & Logística (Associação Nacional do Transporte de Carga e Logística), a concessão à iniciativa privada é a única solução. "Há dois trechos que são mais importantes, a Régis Bittencourt e a Fernão Dias. Para esses trechos, a única esperança é o processo de concessão", disse. "Somos defensores desse modelo. Não confio no Estado como gestor de rodovias, porque as políticas para o setor não são permanentes."
Segundo ele, os tetos para o pedágio são "razoáveis", mas seria preciso solucionar o caso dos caminhões, para evitar que paguem por eixo.
"Cobrar mais do caminhão encarece o custo dos produtos. Poupa o contribuinte, mas pune o consumidor", afirmou. Ele defendeu a desoneração tributária para as tarifas de pedágio como forma de solucionar o problema.
O presidente da sessão de cargas da CNT (Confederação Nacional do Transporte), Flávio Benatti, também propõe a desoneração. "O governo está se livrando de uma responsabilidade e cobrando impostos do concessionário", avalia.


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