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Investidor aguarda dados sobre inflação americana
Fed alertou que juros estão condicionados aos preços
DA REPORTAGEM LOCAL
Passada a reunião do Fed (o
banco central dos EUA), os investidores estarão focados na
divulgação de dados econômicos norte-americanos para
ajustarem suas aplicações nesta semana.
Amanhã e na quarta-feira,
serão apresentados nos Estados Unidos dados de inflação
no atacado e no varejo -PPI e
CPI, na sigla em inglês.
Ao término de sua reunião na
última terça-feira, o Fed avisou
que o fim do processo de alta de
juros americanos está condicionado à evolução dos índices
de preços e de atividade econômica. Ou seja, a decisão de
manter a taxa norte-americana
em 5,25% foi mais uma parada
técnica.
Ainda na quarta, serão divulgados nos EUA números de
produção industrial e de construção de novas casas, que darão sinais sobre o nível de aquecimento econômico do país.
Com esses dados conhecidos,
o mercado financeiro global deve reavaliar suas previsões para
o futuro dos juros nos Estados
Unidos. O Fed só fará outro encontro para definir os juros no
fim de setembro.
"A agenda econômica da semana conta com a divulgação
de vários índices importantes
nos Estados Unidos e que refletem no mundo inteiro, como
PPI, CPI e pedidos de auxílio
desemprego", informa em análise a Link Corretora.
Na última sexta-feira, a divulgação de dados de vendas no
varejo norte-americano trouxe
cautela ao mercado.
"A expressiva reaceleração
das vendas no varejo norte-americano em julho fez subir
para perto de 50% a probabilidade, embutida nos contratos
futuros, de que os juros venham a ser novamente elevados ainda neste ano", avalia a
LCA Consultores.
"Com isso, a remuneração
dos títulos públicos norte-americanos apresentou elevação,
com os juros dos papéis de dez
anos avançando para 4,97% ao
ano, contra 4,89% anuais no
encerramento da semana anterior", diz a LCA.
Bom momento
De positivo para o Brasil na
semana passada, o risco-país
recuou a seu mais baixo nível
histórico na quarta-feira. O indicador bateu nos 208 pontos
naquele dia, patamar nunca antes registrado.
O risco-país mede a diferença entre os juros pagos pelos títulos do Tesouro norte-americano e a taxa cobrada do governo brasileiro ao emitir papéis
no exterior.
Dessa forma, quanto menor
for o risco-país menores são os
custos para empresas e governo brasileiros captarem recursos no mercado internacional.
Se os juros deixarem de subir
nos Estados Unidos, aumentam as chances de o risco-país
brasileiro cair ainda mais.
O próximo passo é o Brasil
passar a ser rotulado como "investment grade" (grau de investimento) pelas agências internacionais de classificação de
risco. Ao se tornar "investment
grade", um país representa baixíssimo risco e, conseqüentemente, passa a pagar menos para conseguir empréstimos no
mercado internacional.
Eleição
Em 2002, no período pré-eleitoral, o Brasil vivia uma outra realidade no mercado financeiro. O risco-país alcançou
sua máxima histórica, de 2.436
pontos, mostrando que muitos
investidores temiam que o país
quebrasse.
Mas, mesmo com a recente
melhora do risco brasileiro, aos
olhos dos investidores estrangeiros o país ainda é mais arriscado que outros países latino-americanos. O México conta
com risco de 103 pontos. O Peru, de 138 pontos. E a Venezuela, de 195 pontos.
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