São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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"Maldição do petróleo" não atingirá o Brasil, diz Dilma

Para a ministra, país transformará riqueza do pré-sal em benefício para a população

Segundo a "maldição do petróleo", nações que possuem vastas reservas petrolíferas sofrem com a falta de industrialização

EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Ao fazer coro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a utilização dos recursos gerados com as reservas da camada pré-sal, na bacia de Santos, a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) disse ontem que o Brasil não será vítima da chamada "maldição do petróleo", segundo a qual países com vastas reservas petrolíferas sofrem com a falta de industrialização.
"Muitas vezes dita na literatura internacional, a maldição do petróleo, em que os países que têm petróleo geralmente são países com pouca industrialização, nem isso nos afetará. O Brasil será sem dúvida um país capaz de transformar essa riqueza [petrolífera] num grande benefício para a sua população", disse a ministra.
Antes de citar a "maldição", Dilma disse que, ante a capacidade de passar de auto-suficiente para exportador, o Brasil não pode ser tratado como um [país] "qualquer".
"Temos uma indústria diversificada; temos todo um processo em andamento de industrialização da economia que pode vir a permitir que o Brasil seja também um grande país na área da indústria naval, dos equipamentos e da produção de bens e materiais que serão utilizados pela própria indústria petroleira e também no que se refere à indústria química, petroquímica."
Anteontem, no Rio de Janeiro, o presidente Lula afirmou que os lucros com a exploração de petróleo na camada pré-sal devem ser utilizados para "resolver definitivamente os problemas da educação" e que não fiquem "na mão de meia dúzia de empresas".
Dilma foi na mesma linha: "O pré-sal é um recurso tão importante para o futuro da nossa geração, mas sobretudo das próximas gerações no país, que ele é de fato um recurso do conjunto da população brasileira. E isso define fundamentalmente o princípio que vai nortear o governo no seu uso", afirmou, ao responder à única pergunta da imprensa após evento da Controladoria Geral da União, no qual foram sorteados 50 municípios beneficiados pelo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) a serem fiscalizados pelo órgão.
Segundo a Folha publicou no domingo, o governo decidiu não entregar à Petrobras todos os campos de pré-sal que ainda não foram leiloados.


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