São Paulo, quinta-feira, 14 de agosto de 2008

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Bovespa não sustenta ritmo e tem alta de apenas 0,13%

Petróleo em alta ajuda Petrobras a subir mais de 2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A alta foi tímida. Mas ao menos representou para a Bovespa a interrupção de quatro pregões seguidos de perdas. No fim das operações de ontem a Bolsa paulista registrava apreciação de 0,13%, aos 54.573 pontos.
Em seu melhor momento, no início da tarde, a Bovespa marcou valorização de 1,81%. A divulgação no recuo dos estoques de petróleo e derivados nos Estados Unidos deu ânimo às ações da Petrobras, embalando a Bolsa de Valores de São Paulo. Isso ocorreu porque o petróleo passou a subir no mercado internacional, refletindo a possibilidade de elevação na demanda pelo produto.
O barril de petróleo terminou em alta de 2,65% em Nova York, negociado a US$ 116. Em Londres, o produto terminou com elevação de 2,09%.
Para a Bolsa de Nova York, o resultado de ontem foi de queda de 0,94% no índice Dow Jones, que reúne as 30 ações de maior liquidez. A Bolsa de Londres caiu 1,55%.
"O relatório dos estoques nos Estados Unidos mostrou números abaixo do esperado pelo mercado. Esses indicadores acabaram por levar a um reajuste das commodities", afirma Fábio Susteras, economista do Private Bank do Banco Real.
O que mais desagradou foi a queda nos estoques norte-americanos de gasolina na última semana, que tiveram a maior baixa desde outubro de 2002.
As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa paulista, encerraram com ganhos de 2,05% (chegaram a subir 3,96% no começo da tarde); as ordinárias tiveram alta de 2,61%.
Susteras avalia que as ações da Petrobras "poderiam ter subido mais". Porém, os papéis estão envoltos nas dúvidas em relação à possibilidade de ser criada uma nova companhia para explorar as descobertas na camada de pré-sal.
Além da recuperação do petróleo, que costuma ter resposta negativa do mercado norte-americano, o setor bancário voltou a incomodar. Relatórios pessimistas em relação ao impacto que a crise hipotecária ainda terá sobre os resultados do setor provocaram novas perdas expressivas em suas ações: Bank of America recuou 7,29%; Lehman Brothers perdeu 3,95%; Citigroup, 3,95%; e JP Morgan Chase, 2,66%.
Outro destaque negativo foram os papéis da General Motors, que desabaram 7,57% após a empresa ser rebaixada pela agência internacional de classificação de risco Moody's.
O resultado da Bolsa paulista de ontem sofreu influência do vencimento de opções sobre o Ibovespa. Se não fosse esse evento atípico, que movimentou R$ 3,25 bilhões, a Bolsa poderia ter tido um desempenho melhor, considerando que as ações da Petrobras e das siderúrgicas demonstraram ânimo para se recuperarem. O giro total de ontem ficou em elevados R$ 13,03 bilhões.
No caso dos papéis da Vale, houve altas de 4,58% (ON) e 2,77% (PNA). As ações ordinárias da Companhia Siderúrgica Nacional subiram 3,46%.
Já dentre as maiores desvalorizações do pregão, apareceram ações de setores diversos, como Gol PN (-5,63%), Perdigão ON (-4,60%), B2W Varejo ON (-4,42%) e Brasil Telecom PN (-3,64%).
A queda da Bovespa no mês, de 8,29%, ainda é bastante elevada -o que fez do mercado acionário a pior opção de investimento até o momento.
O dólar, depois de sete pregões de alta, acabou por perder força e encerrou as operações com recuo de 0,62%. Vendida a R$ 1,615, a moeda americana ainda registra valorização expressiva de 3,33% diante do real no acumulado do mês.


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