São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

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Economia chinesa corre riscos, dizem EUA

Para secretário do Tesouro, país precisa acelerar a adoção de economia de mercado

Henry Paulson, que visitará a China, volta a pedir flexibilização do câmbio e afirma que países precisam repensar seu relacionamento

DA FOLHA ONLINE
DA REDAÇÃO

A China e os Estados Unidos precisam repensar seu relacionamento e superar disputas de curto prazo para avaliar sua política em termos "generacionais", disse Henry Paulson, secretário do Tesouro dos EUA.
Em discurso antes de sua primeira visita à China como secretário do Tesouro, na semana que vem, Paulson, que foi presidente do conselho do Goldman Sachs, disse que diria às autoridades chinesas: "Nós queremos que vocês tenham sucesso".
"Os EUA têm grande interesse em uma China estável e próspera -uma China que possa cumprir seu papel como líder econômica global", disse.
O governo da China precisa acelerar a adoção de uma economia de mercado e a flexibilização do câmbio, sob risco de perder o controle econômico, disse Paulson.
"O maior risco que vemos não é o de que a China irá superar os EUA, mas de que não consiga seguir adiante com as reformas necessárias para sustentar seu crescimento e lidar com os graves problemas que afetam o país", disse ele.
O primeiro dos desafios que a China tem de encarar, segundo Paulson, é a adoção de ferramentas para evitar que sua economia saia do controle.
O câmbio, um dos principais entraves nas relações dos EUA com o país asiático, estará na pauta de Paulson na China. Analistas consideram pouco provável, porém, que o governo chinês adote mudança mais drástica no curto prazo.
Paulson avisou que "o nível de sentimento anticomércio e anti-China nos EUA é significativo e está crescendo" e que o governo chinês subestima o quanto a questão cambial é "vista pelos críticos como símbolo da competição injusta".
Críticos dizem que o yuan (moeda chinesa) é artificialmente desvalorizado, o que torna os produtos chineses mais competitivos.

Comércio
O secretário indicou que gostaria de ver uma retomada da Rodada Doha e enfatizou que vai se opor a medidas do Congresso para a imposição de medidas protecionistas contra produtos chineses.
"Não vamos dar ouvidos a cantos de sereia do protecionismo e do isolacionismo. Ao restringir a competição e bloquear as forças da mudança, o protecionismo reduz os prejuízos do presente sacrificando oportunidades do futuro."
O déficit comercial dos EUA com a China recuou em julho, para US$ 19,58 bilhões -ante US$ 19,71 bilhões de junho. O desequilíbrio no ano, porém, deve superar o registrado no ano passado, US$ 202 bilhões.


Com agências internacionais


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