São Paulo, quinta-feira, 14 de setembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ONGs decidem abandonar reunião do FMI

Motivo foi a proibição de 28 ativistas entrarem em Cingapura; polícia alega perigo de ataque terrorista

How Hwee Young/EFE
Oficiais da polícia de Cingapura vigiam centro de convenções onde é realizada a reunião do FMI


FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A CINGAPURA

Restritos a uma área cercada de 8 x 8 metros designada para protestos e indignados com a proibição de 28 ativistas entrarem no país, 14 organizações não-governamentais, incluindo o Greenpeace, decidiram ontem abandonar a reunião do FMI (Fundo Monetário Internacional), em Cingapura.
Algumas dessas ONGs já tinham reuniões formais agendadas com funcionários do FMI e do Banco Mundial para tratar de assuntos relacionados ao desenvolvimento sustentado e ao combate à pobreza.
Além das críticas ao governo de Cingapura, que montou uma gigantesca operação de segurança para evitar distúrbios, as ONGs dirigiram formalmente suas críticas ao FMI, acusado de escolher a dedo locais onde o acesso de ativistas normalmente é extremamente controlado.
A última reunião do Fundo e do Banco Mundial fora de Washington (isso ocorre a cada dois anos) foi em Dubai, nos Emirados Árabes, onde o governo local também cerrou a cidade e controlou a segurança com mão-de-ferro.
"Condenamos o governo de Cingapura por essa ação repressiva e também o FMI e o Banco Mundial por serem coniventes com essa situação", disse o comunicado conjunto emitido pelas ONGs.
Há dois dias, o FMI e o Bird divulgaram um comunicado conjunto em que criticaram a decisão de Cingapura de não permitir a entrada de 28 ativistas, mas não foram mais longe do que isso.
Já a polícia alegou o perigo de ataques terroristas e disse que alguns dos barrados foram responsáveis por distúrbios na reunião no ano passado da OMC (Organização Internacional do Comércio) em Hong Kong.
Além de ter impedido a entrada dessas 28 pessoas, as autoridades de Cingapura restringiram qualquer manifestação a um "cercadinho" no centro de convenções onde ocorre a reunião do FMI. Ontem, ele estava completamente vazio.
Hoje, o FMI apresenta formalmente as previsões de crescimento para o mundo e vários países, inclusive o Brasil.


Texto Anterior: Bolívia "rebaixa" Petrobras, e Brasil cancela encontro
Próximo Texto: Saiba mais: País tem maior índice per capita de pena de morte
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.