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Mantega vê PIB de 4,5% em 2009 e manutenção de meta fiscal
FERNANDO CANZIAN
ENVIADO ESPECIAL A WASHINGTON
O ministro Guido Mantega
(Fazenda) disse que é possível o
Brasil crescer 4,5% em 2009 e
que o país manterá para o ano
que vem a meta de superávit
primário (economia para pagar
juros da dívida) de 4,3% do PIB
(Produto Interno Bruto). Mantega também revelou a investidores ontem em Washington
que o Brasil já queimou US$ 3
bilhões em reservas internacionais para conter a desvalorização do real.
"Me descuidei e o (Henrique)
Meirelles (presidente do BC)
gastou", disse, em tom de brincadeira, durante palestra na
Brazilian-American Chamber
of Commerce de Nova York.
Nem Meirelles ou o BC haviam
divulgado o valor gastos nas intervenções no câmbio.
Mantega disse ainda que não
há fortes pressões de alta do dólar no mercado à vista. "Numa
primeira intervenção, vendemos US$ 1 bilhão. Na outra, a
demanda caiu para US$ 300
milhões. Na seguinte, para 20
milhões."
Confrontado com um pessimismo maior de investidores
em relação ao desemprenho do
Brasil no ano que vem, o ministro disse que não estava sendo
"otimista, mas realista". "Quem
faz projeções (para o Brasil) de
2% a 2,5% está muito envolvido
com o clima de pessimismo dos
países desenvolvidos. Não é
factível. Só os mais de 5% de
crescimento neste ano jogam
um bom impulso para 2009."
Alguns investidores demostraram preocupação com o aumento dos gastos públicos e
com uma possível deterioração
do equilíbrio fiscal caso a economia desacelere muito e o
país passe a arrecadar menos
impostos. "A arrecadação não
será igual, mas continuará crescendo com a formalização da
economia brasileira", disse.
Mantega afirmou ainda que a
receita de impostos cresce hoje
ao ritmo de 18% ao ano, e que o
dos gastos do governo estaria
em 11%. "Mesmo que a receita
caia, há espaço. Se algum ajuste
for necessário, será no custeio,
pois o Brasil terá um comportamento fiscal exemplar neste
ano e no próximo", disse.
Mantega voltou a repetir que
o Brasil e os demais emergentes podem ser beneficiados pela atual crise, que afeta mais diretamente os países ricos. Ele
disse que o Brasil está até mais
sólido do que outros emergentes, "que a Índia, por exemplo".
Ele disse que a presença do
presidente dos EUA, George W.
Bush, na reunião do G20 (grupo dos países emergentes do
qual o Brasil e Índia fazem faz
parte), no sábado, foi um reconhecimento da importância
das economias em desenvolvimento. "Pelo menos foi isso o
que eu entendi das piscadinhas
que ele (Bush) me deu", afirmou Mantega sobre a reunião.
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