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Bovespa avança 14,66% no melhor pregão desde 1999
Em sintonia com a disparada do mercado mundial, Bolsa retorna aos 40 mil pontos
Nenhum papel do Ibovespa
caiu e vários subiram mais de 20%; analista diz que euforia não deve ser vista como mudança de rumo
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de tanto cair, a Bolsa
de Valores de São Paulo conseguiu ontem ter seu melhor pregão desde janeiro de 1999. Amparada em um cenário de recuperação internacional, a Bovespa disparou 14,66% e voltou a
ficar acima dos 40 mil pontos.
O dólar se depreciou 7,30%, e
encerrou vendido a R$ 2,145.
Em Wall Street, o índice Dow
Jones subiu 11,08%.
Todas as 66 ações que estão
na composição do índice Ibovespa (a principal referência da
Bolsa paulista) encerraram o
pregão com ganhos ontem. E
muitos papéis tiveram valorizações superiores a 20%.
O Ibovespa fechou a 40.829
pontos. Assim, apesar da alta
expressiva de ontem, a Bolsa
ainda tem queda de 17,59%
neste mês. No ano, a baixa acumulada está em 36,09%. E desde seu pico, os 73.516 pontos
registrados em 20 de maio, as
perdas acumuladas chegam a
44,46%.
"Tivemos um dia de euforia,
mas não se deve pensar que as
coisas mudaram de uma hora
para outra. É melhor pensar em
um dia de cada vez. As medidas
anunciadas no fim de semana
permitiram que houvesse uma
recuperação, mas ainda há
muita coisa para acontecer",
afirma Luiz Roberto Monteiro,
assessor para investimentos da
corretora Souza Barros.
A ação coordenada dos governos de países da Europa, para tentar salvar o sistema financeiro de um colapso, foi uma
das novidades recebidas com
animação pelos investidores.
Nas próximas semanas, os
balanços das empresas referentes ao terceiro trimestre, tanto
no exterior como aqui, podem
ser importantes definidores
dos rumos dos mercados. Ninguém sabe com certeza o impacto da crise no resultado final
das companhias. E balanços decepcionantes tendem a abalar o
mercado acionário.
Para uma recuperação mais
sustentada da Bovespa, será
fundamental o regresso do capital externo para o mercado
local. Com participação de 35%
no total de operações feitas, a
saída dos estrangeiros da Bovespa nos últimos meses foi decisiva para a depreciação do
mercado acionário brasileiro.
Até o dia 9, as vendas de ações
pelos estrangeiros na Bovespa
batiam as compras em R$ 1,86
bilhão. É o quinto mês seguido
em que as operações dos investidores estrangeiros registram
saldo negativo.
"Apesar da melhora no clima
do mercado, não acredito que
os estrangeiros retornem expressivamente no curto prazo",
afirma Monteiro.
Em disparada
Com as ações depreciadas,
não faltaram valorizações muito expressivas no pregão da Bovespa de ontem.
No topo, ficou o papel preferencial da Ultrapar, que disparou 31,13%. Com a alta, o papel
recuperou toda a queda acumulada na semana passada,
que ficou em 28,20%.
Outras altas fortes ficaram
com os papéis ordinários do frigorífico JBS, que subiram
27,24%, após terem recuado
29,44% na última semana. Logo atrás apareceu B2W Varejo
ON (26,10%).
As instituições financeiras,
beneficiadas ontem pela nova
medida do Banco Central, que
liberará mais recursos para
empréstimo, também foram
destaque. Dentre os grandes
bancos, o papel preferencial do
Itaú subiu 23,37%, seguido por
Unibanco UNT (22,76%), Bradesco PN (22,12%) e Banco do
Brasil ON (20,71%).
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