São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Com medidas européias, dólar cai para R$ 2,14

DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

As medidas anunciadas pelos países europeus para ajudar a resolver a crise financeira foram motivo de alívio no câmbio brasileiro ontem. O dólar comercial caiu 7,3%, vendido a R$ 2,145 -menor valor desde o último dia 3. "Durante toda a semana passada, o mercado trabalhou sem fundamentos, guiado somente pelo pânico. Agora, está voltando à racionalidade, começando a se preocupar com os indicadores e com as notícias", afirma Maurício Lima, diretor financeiro da corretora Confidence.
Uma queda ainda maior poderia ter acontecido não fosse uma regra da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) que impede oscilações muito bruscas dos preços dos contratos de dólar lá negociados. A variação diária permitida é de 6%, maior ou menor do que o valor de fechamento do dia anterior.
Ontem, por diversas vezes os preços encostaram no limite inferior. Não são aceitas ofertas fora do intervalo fixado. Quem desejava comercializar contratos mais baratos acabou ficando de fora, embora o mercado estivesse funcionando normalmente. Perto do encerramento do expediente, a Bolsa decidiu excepcionalmente ampliar a limite de baixa para 8%, e o contrato com vencimento em novembro terminou o dia no mínimo autorizado, de R$ 2,1885, o que significa que a taxa de câmbio projetada pelos investidores para o próximo mês é de R$ 2,188.
Essas transações balizam também o mercado do dólar à vista, daí a expectativa de que hoje as cotações possam ter baixas maiores. O volume de negócios segue pequeno devido às incertezas da crise. Mas, se de fato o mercado se mostrar mais calmo, os exportadores devem começar a se desfazer dos dólares que possuem, contribuindo para empurrar a divisa para baixo. Por sua vez, quem tem compromissos a quitar no exterior tende a esperar novas quedas do dólar.
O BC interveio apenas vendendo contratos de "swap" cambial -papéis que oferecem proteção contra oscilações do dólar em determinado período- e espera-se que deixe de injetar moeda no mercado à vista enquanto o clima estiver calmo.
Entretanto, é prematuro apostar na tendência de desvalorização do dólar ante o real. "Teve início uma melhora, sim, mas todos estão traumatizados, com o pé atrás. É melhor esperar um pouco antes de tirar conclusões", alerta Reginaldo Galhardo, gerente da mesa de câmbio da corretora TOV.


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