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Com medidas européias, dólar cai para R$ 2,14
DENYSE GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL
As medidas anunciadas
pelos países europeus para
ajudar a resolver a crise financeira foram motivo de
alívio no câmbio brasileiro
ontem. O dólar comercial
caiu 7,3%, vendido a R$ 2,145
-menor valor desde o último dia 3. "Durante toda a semana passada, o mercado
trabalhou sem fundamentos,
guiado somente pelo pânico.
Agora, está voltando à racionalidade, começando a se
preocupar com os indicadores e com as notícias", afirma
Maurício Lima, diretor financeiro da corretora Confidence.
Uma queda ainda maior
poderia ter acontecido não
fosse uma regra da BM&F
(Bolsa de Mercadorias & Futuros) que impede oscilações
muito bruscas dos preços
dos contratos de dólar lá negociados. A variação diária
permitida é de 6%, maior ou
menor do que o valor de fechamento do dia anterior.
Ontem, por diversas vezes
os preços encostaram no limite inferior. Não são aceitas
ofertas fora do intervalo fixado. Quem desejava comercializar contratos mais baratos acabou ficando de fora,
embora o mercado estivesse
funcionando normalmente.
Perto do encerramento do
expediente, a Bolsa decidiu
excepcionalmente ampliar a
limite de baixa para 8%, e o
contrato com vencimento
em novembro terminou o dia
no mínimo autorizado, de R$
2,1885, o que significa que a
taxa de câmbio projetada pelos investidores para o próximo mês é de R$ 2,188.
Essas transações balizam
também o mercado do dólar
à vista, daí a expectativa de
que hoje as cotações possam
ter baixas maiores. O volume
de negócios segue pequeno
devido às incertezas da crise.
Mas, se de fato o mercado se
mostrar mais calmo, os exportadores devem começar a
se desfazer dos dólares que
possuem, contribuindo para
empurrar a divisa para baixo.
Por sua vez, quem tem compromissos a quitar no exterior tende a esperar novas
quedas do dólar.
O BC interveio apenas
vendendo contratos de
"swap" cambial -papéis que
oferecem proteção contra
oscilações do dólar em determinado período- e espera-se que deixe de injetar moeda no mercado à vista enquanto o clima estiver calmo.
Entretanto, é prematuro
apostar na tendência de desvalorização do dólar ante o
real. "Teve início uma melhora, sim, mas todos estão
traumatizados, com o pé
atrás. É melhor esperar um
pouco antes de tirar conclusões", alerta Reginaldo Galhardo, gerente da mesa de
câmbio da corretora TOV.
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