São Paulo, terça-feira, 14 de outubro de 2008

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Taxa de empréstimo pessoal é a mais alta desde 2003, diz Procon

CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A taxa média de juros cobrada no empréstimo pessoal chegou neste mês ao patamar mais elevado dos últimos cinco anos, segundo pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP com dez instituições financeiras do país e divulgada ontem.
O resultado é reflexo do crédito mais restrito e mais caro, conseqüência da crise financeira internacional, e da decisão do Banco Central de aumentar os juros básicos da economia em setembro, segundo afirmam economistas.
A taxa média de juros cobrada nos empréstimos pessoais passou de 5,76% ao mês em setembro para 6,04% neste mês -acréscimo de 0,28 ponto percentual. Esse é o maior nível médio medido para essa modalidade de financiamento desde junho de 2003, quando chegou a 6,22% ao mês. No acumulado do ano, os juros no empréstimo pessoal passaram de 95,71% para 102,16%.
"Aumentou a demanda por crédito no sistema interno e ao mesmo tempo diminuiu a oferta de recursos disponíveis aos bancos. A concessão de financiamentos está mais seletiva, com prazos mais curtos e taxas maiores. Esse aperto de liqüidez no sistema financeiro vem ocorrendo desde janeiro", afirma o economista Roberto Troster, sócio da consultoria Integral-Trust.
Quatro entre os dez bancos pesquisados elevaram os juros cobrados no empréstimo pessoal. As principais altas ocorreram no Real (subiu de 5,9% em setembro para 7,95% em outubro), no Safra (de 5,90% passou para 6,90%) e no Itaú (de 6,64% passou para 6,89%).
Os técnicos da fundação também avaliam que a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) -órgão do BC que fixa os juros a cada 45 dias- de aumentar o juros básicos da economia em 0,75 ponto percentual (a taxa Selic está em 13,75% ao ano) tem impacto nos aumentos verificados no levantamento deste mês. "Pesou para essa decisão o interesse do Banco Central em promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas", informa o Procon-SP, que recomenda cautela para fazer empréstimos.
Em relação ao cheque especial, houve queda na taxa média mensal cobrada pelos bancos, após seis meses consecutivos de aumento. A taxa média passou de 9,02% ao mês em setembro para 8,96% em outubro.
As principais quedas ocorreram no Bradesco (passou de 8,58% em setembro para 8,05% em outubro) e no Safra (de 12,30% para 11,79%).


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