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Taxa de empréstimo pessoal é a mais alta desde 2003, diz Procon
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A taxa média de juros cobrada no empréstimo pessoal chegou neste mês ao patamar mais
elevado dos últimos cinco anos,
segundo pesquisa realizada pela Fundação Procon-SP com
dez instituições financeiras do
país e divulgada ontem.
O resultado é reflexo do crédito mais restrito e mais caro,
conseqüência da crise financeira internacional, e da decisão
do Banco Central de aumentar
os juros básicos da economia
em setembro, segundo afirmam economistas.
A taxa média de juros cobrada nos empréstimos pessoais
passou de 5,76% ao mês em setembro para 6,04% neste mês
-acréscimo de 0,28 ponto percentual. Esse é o maior nível
médio medido para essa modalidade de financiamento desde
junho de 2003, quando chegou
a 6,22% ao mês. No acumulado
do ano, os juros no empréstimo
pessoal passaram de 95,71% para 102,16%.
"Aumentou a demanda por
crédito no sistema interno e ao
mesmo tempo diminuiu a oferta de recursos disponíveis aos
bancos. A concessão de financiamentos está mais seletiva,
com prazos mais curtos e taxas
maiores. Esse aperto de liqüidez no sistema financeiro vem
ocorrendo desde janeiro", afirma o economista Roberto
Troster, sócio da consultoria
Integral-Trust.
Quatro entre os dez bancos
pesquisados elevaram os juros
cobrados no empréstimo pessoal. As principais altas ocorreram no Real (subiu de 5,9% em
setembro para 7,95% em outubro), no Safra (de 5,90% passou
para 6,90%) e no Itaú (de
6,64% passou para 6,89%).
Os técnicos da fundação também avaliam que a decisão do
Copom (Comitê de Política
Monetária) -órgão do BC que
fixa os juros a cada 45 dias- de
aumentar o juros básicos da
economia em 0,75 ponto percentual (a taxa Selic está em
13,75% ao ano) tem impacto
nos aumentos verificados no
levantamento deste mês. "Pesou para essa decisão o interesse do Banco Central em promover tempestivamente a convergência da inflação para a trajetória de metas", informa o Procon-SP, que recomenda cautela
para fazer empréstimos.
Em relação ao cheque especial, houve queda na taxa média
mensal cobrada pelos bancos,
após seis meses consecutivos
de aumento. A taxa média passou de 9,02% ao mês em setembro para 8,96% em outubro.
As principais quedas ocorreram no Bradesco (passou de
8,58% em setembro para 8,05%
em outubro) e no Safra (de
12,30% para 11,79%).
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