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Cresce procura por financiamento do BNDES
JANAINA LAGE
DA SUCURSAL DO RIO
A escassez de crédito no setor privado impulsionou a procura por financiamento do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Nos últimos três meses,
as consultas aumentaram 40%
e somaram R$ 52 bilhões. Elas
são a primeira etapa do trâmite
para pedir empréstimo e funcionam como termômetro da
disposição do empresariado
em realizar investimentos.
De janeiro a outubro, o banco
teve desembolso recorde de R$
71,5 bilhões, patamar 44%
maior do que o de igual período
de 2007. O presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, estima chegar ao final do ano com
recursos liberados de R$ 90 bilhões. Caso a previsão se confirme, o banco crescerá 38,7% ante 2007 e terá praticamente dobrado o volume de desembolsos na comparação com 2005.
Para Coutinho, os dados reforçam que o investimento
continua em alta, o que deve se
refletir no PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre. Segundo ele, a crise não
chegou ao BNDES. "O apetite
do setor privado está mantido,
não há pé no freio", disse. Nos
últimos 12 meses, o banco emprestou R$ 86,6 bilhões.
Segundo Coutinho, o aumento é resultado do volume maior
de investimentos no setor de
infra-estrutura e também do
deslocamento da demanda do
setor privado para o banco. De
acordo com ele, o crédito no
mercado internacional representava entre 15% e 20% da capacidade de refinanciamento
de grandes empresas.
O banco negocia mais recursos para o orçamento de 2009.
Segundo Coutinho, a idéia é diversificar a origem do dinheiro,
mas ele diz que sem o apoio do
Tesouro não será possível fechar o "hiato de recursos".
Linhas de transmissão
O leilão de linhas de transmissão do rio Madeira, marcado para o dia 26, será o primeiro a contar com empréstimo-ponte do BNDES. A medida faz
parte de um pacote anunciado
semana passada, em que foi estabelecida injeção de R$ 10 bilhões para o BNDES. Os recursos serão usados em empréstimos-ponte, capital de giro e
apoio a linha de pré-embarque.
Segundo Coutinho, o objetivo é assegurar demanda firme
no leilão e tarifas módicas. O
empréstimo terá condições de
mercado, com juros elevados
de 14,5% mais 1,3% de "spread"
básico (diferença entre a taxa
de captação e a repassada ao
cliente) e mais o spread de risco, com prazo de 18 meses.
O presidente do banco diz
que já tem equacionados R$ 4
bilhões dos R$ 10 bilhões anunciados pelo governo em negociações com o Banco do Brasil e
a Caixa. A tendência é que os R$
6 bilhões restantes venham dos
dois bancos. Ele disse que espera que não seja necessário o uso
de títulos públicos. O banco deve realizar empréstimos-ponte
nos próximos leilões de infra-estrutura enquanto o crédito
não estiver normalizado.
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