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Apesar de ação do BC, dólar sobe 3,41% e vai a R$ 2,37
Com novo aumento, valorização acumulada no mês é de 9,63%; no ano, de 33,26%
Banco Central leiloou
US$ 1,3 bilhão para financiar exportações e ofertou contratos de "swap" cambial
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O dólar deu mais um passo
em sua escalada rumo a novos
picos. Nas operações de ontem,
a moeda norte-americana fechou com mais um dia de forte
apreciação diante do real, de
3,41%, vendido a R$ 2,368.
Como o câmbio encerrou
suas operações antes das Bolsas, quando os mercados estavam no pior momento do dia,
não houve tempo de ser influenciado pela recuperação
das ações -o que pode fazer
com que abra em baixa hoje.
A alta de ontem levou a valorização acumulada no mês para
9,63%. No ano, a divisa tem
apreciação de 33,26%.
Os R$ 2,368 de ontem são a
segunda maior cotação do ano,
perdendo apenas para os R$
2,38 de 22 de outubro.
Diante dessa escalada mais
consistente, o Banco Central
manteve sua posição e atuou
em várias frentes. Primeiro, leiloou ontem US$ 1,3 bilhão direcionado ao financiamento de
exportações. Depois, ofertou
contratos de "swap" cambial e
realizou leilão para vender dólares no mercado à vista.
Apesar de constantes, o máximo que essas intervenções
têm conseguido é evitar que o
real se deprecie ainda mais.
Com a piora do mercado internacional depois de setembro, o dólar se distanciou de seu
piso. No começo de agosto, a
moeda era negociada em torno
de R$ 1,56 -tendo subido mais
de 51% desde então.
Na semana passada, o dólar
chegou a ser negociado abaixo
de R$ 2,10. Mas demonstrou
encontrar fortes resistências
para se manter nesse nível. A
última pesquisa Focus, realizada pelo BC com os bancos, mostrou expectativa de que a moeda esteja em R$ 2 no fim de
2008. Mas a disparada da divisa
nos últimos dias deve fazer com
que as instituições revejam, para cima, essa projeção.
"Ficou mais difícil de acreditar que o dólar vai voltar para
R$ 2 no fim do ano", afirma Mário Battistel, diretor de câmbio
da Fair Corretora. "Mas, do jeito que o mercado está altamente volátil, não tem sido confiável fazer projeções nem para a
semana seguinte."
Além da saída de recursos do
país, o câmbio tem refletido o
aumento das apostas dos investidores estrangeiros na manutenção do dólar em patamares
elevados. As posições dos contratos dos estrangeiros no câmbio na BM&F demonstram isso. A categoria mantinha no começo da semana "posições
compradas" líquidas em dólar
de US$ 12,7 bilhões, o dobro do
registrado no fim de setembro.
Quanto maiores são essas posições compradas, mais elevadas são as apostas na apreciação do dólar. Essa movimentação demonstra que, além do
fluxo cambial negativo e a
maior procura por dólares, há
um componente especulativo
pressionando a moeda.
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