São Paulo, sábado, 14 de novembro de 2009

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Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br

Alta do real é o preço do sucesso da economia do Brasil, afirma CNI

A valorização do real é o preço da superação da vulnerabilidade externa do Brasil, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
"Novas manifestações de sucesso da economia, como a superação da crise e o retorno do crescimento, porém, poderão aprofundar esse quadro", segundo a publicação "Notas Econômicas", da entidade.
Até outubro deste ano, a moeda brasileira apresentou valorização de 18%, quando comparada a uma cesta de moedas dos principais parceiros comerciais do Brasil.
Com relação ao dólar, o real é a moeda que mais subiu em 2009. Até outubro, a apreciação foi de 27% ante a moeda norte-americana e de 20% em relação ao euro.
Entre os fatores que continuam a promover a alta do câmbio está a rentabilidade de aplicações, que, mesmo com o IOF, continua elevada.
A Bolsa de Valores brasileira apreciou-se em 64% neste ano, até 31 de outubro, considerando a média mensal, muito superior a outros mercados.
O presidente da CNI, Armando Monteiro Neto, reconhece que o problema do câmbio não tem solução fácil e que há um quadro externo desfavorável, puxado pelos baixos juros nos Estados Unidos.
"Mas é preciso uma política defensiva", diz, ao alegar que a valorização da moeda impacta negativamente vários segmentos industriais.
Monteiro sugere que o governo revise a legislação cambial, que ele considera ultrapassada, e desonere as exportações, uma vez que "o setor acumula muitos créditos tributários".

ROSADO

François Millo, diretor do Conselho Interprofissional dos Vinhos de Provence, veio ao Brasil nesta semana para promover os rosés da região francesa no país. O Brasil é um dos principais pontos para promoção do produto atualmente, segundo Millo. O consumo deste tipo de vinho tem crescido há dez anos e o verão é a estação de maiores vendas. Há cerca de dois anos, a Chandon, espumante brasileiro do grupo LVMH, lançou a variedade Chandon Brut Rosé, que representa 15% das vendas da marca no Brasil. "A variedade cresceu 17% de 2008 para 2009 e pretende manter a expansão em 2010", diz Sérgio Degese, diretor comercial da Chandon. A vinícola brasileira Salton também produz vinhos rosé no país. Seu Salton Poética, outro espumante, registrou crescimento de 127% nas vendas no Brasil entre 2007 e 2008, com 130,2 mil garrafas vendidas no ano passado. A vinícola também produz um rosé frisante.

DOCE DESFECHO

Um processo de recuperação judicial de mais de três anos chegou ao fim em outubro na fabricante de balas e biscoitos Cory, controladora de marcas como Tic Tac, Lilith e Icekiss. A empresa seguiu um projeto para sanar suas finanças, que inclui um parcelamento em 15 anos de uma dívida avaliada em R$ 109 milhões em 2006.
"A nossa dívida continua, mas acabaram os monitoramentos da Justiça e poderemos ter acesso à crédito", diz Nelson Castro, presidente da Cory.
O plano da empresa é retomar o mercado que perdeu. Em 2003, a Cory faturou R$ 120 milhões, sem correção. Para 2009, a projeção é de R$ 90 milhões.
"Continuamos os negócios no atacado, mas praticamente deixamos de atender os supermercados, porque faltou capital de giro para sustentar as condições de entrega e pagamento. Agora, vamos retomar os negócios no varejo."

INTERNACIONAL 1
Uma das maiores administradoras de investimentos do mundo, a BlackRock, passa a integrar o quadro de associados da Amec (Associação de Investidores no Mercado de Capitais). Sediada em NY, a BlackRock, que contabiliza US$ 1,435 trilhão de ativos de clientes em mais de 60 países, é a primeira gestora estrangeira a se filiar à entidade.

INTERNACIONAL 2
A chegada da BlackRock marca o início do processo de internacionalização da Amec, que amplia e diversifica seu quadro de membros, até então restrito a gestores de recursos instalados no Brasil. Will Landers, diretor administrativo da gestora, vai ser um dos 14 diretores da instituição.

TRANSPARENTE
Fabio Barbosa, presidente do Grupo Santander Brasil, vai falar sobre ética e transparência para os negócios no TEDx São Paulo, evento que acontece hoje. Cerca de 700 pessoas são esperadas para participar do encontro, que tem patrocínio do banco.


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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