São Paulo, quinta-feira, 14 de dezembro de 2006

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Petróleo traz concentração, diz sociólogo

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Cidades ricas, mas populações pobres. Esse é o cenário em sete dos dez municípios com maior PIB per capita do Brasil que têm economia baseada na indústria petrolífera. A explicação é simples e matemática, diz o sociólogo Francisco de Oliveira: "Está se dividindo o PIB pela população em locais onde predomina a indústria com caráter altamente concentrador e com produtividade maior do que em outros setores".
Um fator que reduz a distribuição de renda, cita ele, é a baixa empregabilidade do setor. "A renda não é redistribuída para baixo, só para cima e horizontalmente", diz o autor de "O Elo Perdido: Classe e Identidade de Classe na Bahia" (Brasiliense, 1986). Na obra, Oliveira apresenta a Bahia industrial surgida com o impulso da Petrobras e da Sudene, nos anos 50, que se estagnou com o deslocamento de investimentos para a bacia de Campos (RJ), nos anos 80.
Segundo ele, o declínio da atuação sindical de trabalhadores do setor, após o primeiro mandato de FHC (1995-1998), favoreceu as terceirizações, que contribuíram para a maior fragilidade dos direitos trabalhistas e a redução dos salários.
A concentração é característica histórica e mundial da indústria petrolífera, diz ele. "Só que, em alguns países, existe uma estrutura de bem-estar social proporcionada pelo Estado onde essas empresas se inserem."
(MARCELA CAMPOS)


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