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Petrobras reduz a publicidade e assusta mercado
Reunião de conselho da estatal nesta semana é aguardada com apreensão porque deve definir a dimensão dos cortes
Mercado publicitário espera corte próximo de 30%; companhia petrolífera
já cogitou abandonar o patrocínio à Fórmula 1
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
A reunião do Conselho de
Administração da Petrobras,
que acontecerá na sexta, 19, é
aguardada com certa apreensão pelo mercado publicitário.
A Petrobras já afirmou que
pretende reduzir os gastos em
propaganda no próximo ano. Se
isso acontecer, a estatal será a
primeira grande anunciante
que assumirá cortes na área e
poderá ser um indicador sobre
como se comportará o setor no
próximo ano.
O percentual da redução deve ser decidido na reunião do
conselho. O mercado publicitário, no entanto, estima que o
corte gire em torno de 30% em
relação ao investido neste ano,
quando a empresa gastou cerca
de R$ 280 milhões.
O simples anúncio do provável corte já movimentou as
agências que prestam serviços
à petroleira. Há duas semanas,
a Quê Comunicação demitiu 11
profissionais das áreas de atendimento, criação e mídia.
Por meio de comunicado, a
agência informou que os cortes
foram causados em razão da
perspectiva de retração dos
clientes para o ano de 2009. A
Quê Comunicação, do Rio de
Janeiro, atende a área de esportes a motor patrocinados pela
Petrobras, além de prestar serviços à BR Distribuidora.
A Petrobras já admitiu que
cogita sair da F-1, depois que a
Honda, sua parceira no próximo ano, anunciou que desistiu
do Mundial da categoria.
A agência F/Nazca, que faz os
anúncios ligados às áreas internacional e cultural da Petrobras, diz desconhecer os cortes.
Já a paranaense Heads, que
responde pelos anúncios regionais, abriu um escritório no Rio
de Janeiro no início do ano para atender exclusivamente a estatal. A agência não respondeu
a pedido de entrevista.
Batizada de "Nova Era", a última campanha institucional
da Petrobras foi lançada em
agosto, com investimento de
R$ 35 milhões. Criada pelas
três agências, falava principalmente da descoberta do pré-sal
e foi veiculada em todo o país.
Além dos investimentos em
publicidade, a Petrobras já havia decidido cortar consultorias, patrocínios e viagens. A estatal tem sofrido com a restrição no crédito e a queda no preço do barril de petróleo.
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