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Rendimento menor esfria boom dos CDBs
Com arrefecimento da crise, aplicação financeira deixa de oferecer taxa elevada e cresce a ritmo menos intenso que o de 2008
Rentabilidade do CDB caiu
de 1,01% em janeiro para 0,63% em novembro; alta, que superou 100% em 2008, recua para perto de 20%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Após a arrancada de 2008, os
CDBs perderam o ímpeto neste
ano. A queda das taxas e o menor interesse dos bancos em
utilizar esse instrumento para
captar recursos fizeram com
que o crescimento do estoque
de CDBs diminuísse consideravelmente seu ritmo. Com o retorno das condições normais
de mercado, analistas avaliam
que o boom dessa aplicação já
faz parte do passado.
Neste ano, o estoque dos
CDBs (Certificados de Depósito Bancário) cresceu, até novembro, pouco mais de 20%,
indo a R$ 829,8 bilhões. Em
2008, o crescimento acumulado alcançou 106,5%, movido
pela entrada de R$ 351,5 bilhões. Em volume financeiro, a
expansão do estoque em 2009 é
de R$ 148,3 bilhões.
O recuo da taxa básica de juros Selic -referência para as
outras taxas praticadas no mercado financeiro- pesou sobre o
retorno dos CDBs, cuja rentabilidade média mensal era de
1,01% em janeiro e desceu para
0,63% em novembro. Isso explica, em parte, o menor interesse pelo produto.
"O CDB é um produto interessante, transparente e fácil
de o investidor entender. Mas
os bancos não estão mais interessados em ofertar esse produto como ocorreu no ano passado", afirma Mauro Halfeld,
consultor e professor da Universidade Federal do Paraná.
"Para os investidores pequenos, que recebem ofertas de taxas menores, o CDB chega, em
alguns casos, a render menos
do que a poupança ou do que
um fundo DI", diz Halfeld.
Os CDBs são títulos que os
bancos emitem e oferecem aos
clientes. Se desejam atrair mais
investidores, elevam as taxas
oferecidas. Na crise, com os
bancos em dificuldade para
conseguir dinheiro no mercado
de capitais, a opção foi ofertar
taxas mais altas nos CDBs. E o
resultado foi o boom dessa aplicação no ano passado.
"Os bancos estão mais interessados que seus clientes apliquem em fundos do que em
CDBs neste momento."
Como cada banco oferece seu
CDB, as taxas variam de uma
instituição para outra. Normalmente, os bancos de menor
porte são os que pagam as taxas
mais altas. Mas o candidato a
investidor deve sempre avaliar
os riscos envolvidos na aplicação. Instituições maiores tendem a ser muito mais sólidas
que bancos pequenos, o que
significa que é menos arriscado
aplicar em seus CDBs.
As taxas que os clientes conseguem também oscilam de
acordo com o montante que
têm para aplicar: quem detém
mais recursos abocanha rentabilidade mais polpuda.
No acumulado do ano, enquanto a rentabilidade média
do CDB está em 9,57%, os grandes investidores, com aplicações acima de R$ 300 mil, conseguiram retorno de 10,37%.
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