São Paulo, segunda-feira, 15 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

Juro vai cair e o crescimento seguirá baixo, diz Werlang

A taxa de juro vai continuar em queda em 2007, mas o país vai continuar a crescer em uma faixa entre 3% e 3,5% neste ano. O juro não é o principal indutor do crescimento do país.
A avaliação é do economista Sergio Werlang, diretor do Itaú, ao comentar as perspectivas para a economia neste ano. Segundo ele, ainda há espaço para a queda dos juros neste ano. Ele aposta em uma redução de 0,5 ponto da Selic na próxima reunião do Copom, e prevê, para o final do ano, que a taxa feche em 11% ou 11,5%.
O maior paradoxo é que o juro básico da economia, que já é o menor da história do país e sempre foi apontado como o principal vilão do crescimento, em nada vai contribuir para o Brasil atingir taxas de expansão mais próximas dos países emergentes.
Não é só o juro que faz um país crescer. O ano de 2006 já mostra isso. Desde setembro de 2005, a Selic já caiu 6,5 ponto percentual, e, mesmo assim, a estimativa é que o PIB tenha crescido abaixo de 3% neste ano, apesar de o governo ter previsto taxa acima de 4%.
Para o Brasil crescer, Werlang diz que, além do juro, há outros fatores fundamentais para estimular o investimento. A aprovação da lei de regulação das agências já deveria ter sido feita, os ministérios não deveriam confrontar as agências reguladoras, o governo deveria dar sinais de corte de despesas -e não de aumento, como fez ao elevar o salário mínimo-, além de abrir espaço para o setor privado -e não ao contrário, como fez ao suspender o programa de concessões das rodovias federais.
Werlang afirma que está preocupado com os sinais contraditórios emitidos pelo governo no início do ano. O aumento do mínimo para R$ 380, por exemplo, foi muito superior à inflação passada e à futura, o que se traduz em menos espaço para investimento do setor público.
Ao mesmo tempo, a suspensão do programa de concessões, impedindo a entrada do investimento privado, também preocupa, já que o setor público não tem dinheiro para investir. Tudo isso, no entanto, segundo Werlang, é reversível, desde que o governo mude a política.

JOGO DURO
O principal motivo da saída de Furlan do governo é sua mulher, Ana, que não agüenta mais a vida de Brasília. Foi ela que deu o recado a Lula de que Furlan não iria continuar no governo, durante recente viagem de avião de Manaus para Brasília. Lula ainda tenta mantê-lo no cargo, mas a tarefa parece impossível.

VOLTA ÀS AULAS

Começa hoje o período mais importante do ano para a Faber Castell, a temporada de preparação para a volta às aulas. Para 2007, a empresa resolveu dar mais ênfase aos produtos de maior valor agregado. As principais novidades são a extensão da linha Grip, lançada em 2006. "A divulgação será focada principalmente em São Paulo", diz Gioji Okuhara, presidente da Faber Castell. Outra novidade da empresa neste ano é um software voltado para crianças. Já para o Nordeste, a estratégia é focar na linha bicolor, mais econômica. "Decidimos com base em pesquisa de mercado", diz. A expectativa da empresa é crescer 12% em 2007, dois pontos percentuais a mais que no passado, e bem acima do que cresceu todo o setor. "Segundo pesquisa da Nielsen, o mercado cresceu 3,8% em 2006", diz.

Multinacional investe em biodiesel no país

A Infinity Bio-Energy, do setor sucroalcooleiro, acaba de anunciar investimentos de US$ 100 milhões na compra e construção de usinas de biodiesel pelo Brasil. Os investimentos se concentram em Goiás, São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e Estados do Nordeste.
Para Sérgio Thompson-Flores, presidente da empresa, "a meta é que ela seja, em dois anos, a maior produtora e exportadora do combustível no país".
O projeto inicial prevê a produção de mais de 400 milhões de litros do combustível ao ano. A empresa opera três usinas sucroalcooleiras no país.

RECORDE
A rede lotérica da Caixa Econômica Federal realizou 23 milhões de transações em 12 horas, no último concurso milionário da Mega Sena. A direção da Caixa pretende inscrever o fato, inédito no sistema financeiro nacional, no "Guinness Book". A média de transações nas máquinas chegou a mil por segundo.


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