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Telecom Italia propõe fusão entre TIM e BrT
Plano é contraproposta aos fundos e ao Citibank pela Brasil Telecom; italianos querem o controle da nova companhia
Idéia não é vista com bons olhos por todo o Conselho da Telecom Italia, dividido entre sair da América Latina e manter os negócios
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Telecom Italia mudou de
estratégia em relação à BrT
(Brasil Telecom). Depois de
reiterar publicamente interesse na venda de suas ações, os
italianos reapresentaram na
semana passada uma proposta
de fusão entre a BrT e sua controlada no país, a TIM Brasil.
Pelo plano, o controle da nova companhia seria entregue à
TIM, apurou a Folha com pessoas próximas ao JP Morgan,
instituição americana encarregada pela Telecom Italia de negociar sua participação na BrT.
A Telecom Italia é uma das
maiores operadoras da Europa.
No Brasil, é dona da TIM, a segunda maior companhia de telefonia móvel do país. Também
possui 38% da Solpart, holding
controladora da BrT, empresa
alvo do maior conflito societário brasileiro.
Pessoas próximas às negociações afirmaram à Folha que
a hipótese de uma fusão nas
condições pretendidas pelos
italianos é quase impossível.
A união precisa de autorização da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).
Como a lei brasileira não
permite que uma operadora
detenha duas licenças de longa
distância, a Telecom Italia advoga que a nova empresa abra
mão de um dos códigos de discagem: o 41, da TIM, ou o 14 da
BrT. O cancelamento permitiria que a fusão acontecesse sem
depender de alterações na lei.
Contraproposta
O plano discutido pelo JP
Morgan aos brasileiros é uma
contraproposta. A Folha apurou que, no fim de dezembro, o
Citigroup e os fundos de pensão formalizaram novo lance
pelas ações que a Telecom Italia mantém na BrT.
A diferença entre essa oferta
e a anterior, feita em meados
do ano passado, é que a última
prevê pagamento em dinheiro
pela fatia italiana na BrT. Antes, a idéia era uma troca de
ações.
A sondagem dos italianos sobre uma possível fusão entre a
TIM Brasil e a Brasil Telecom
evidencia o racha na cúpula da
matriz da Telecom Italia, cujas
dívidas batem 39,5 bilhões.
De um lado está um grupo
que gostaria de encontrar uma
solução rápida para os problemas da empresa, que também
sofre danos de imagem por
conta da investigação feita pelo
Ministério Público italiano sobre uma rede espionagem e pagamentos ilegais tocada por
executivos da Telecom Italia.
Nesse time está o vice-presidente mundial da Telecom Italia, Carlo Buora, pessoalmente
empenhado em conversar com
os fundos e o Citi.
A posição contrária é adotada pelos executivos próximos
aos acionistas majoritários da
Telecom Italia, Marco Tronchetti Provera e o grupo Pirelli.
Eles consideram haver condições de negociar a entrada de
um novo investidor na operadora e que vender os ativos brasileiros é precipitado.
Dessa facção participa o diretor mundial de Desenvolvimento Corporativo da Telecom Italia, Giampaolo Zambeletti. No fim de dezembro, ele
afirmou à Folha que a TIM
Brasil não estava à venda e que
eram baixas as ofertas formalizadas pela participação da Telecom Italia na BrT.
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