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Wal-Mart troca de comando no Brasil
Mudança, que ocorre um mês depois da troca de presidente do Pão de Açúcar, era planejada havia um ano
CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL
Um mês depois de o Pão de
Açúcar ter trocado de presidente, foi a vez de o Wal-Mart
anunciar a troca no comando
de sua operação brasileira. O
espanhol Vicente Trius, até então presidente no Brasil, passará a ocupar cargo semelhante
na rede varejista americana na
Ásia, a partir de 1º de fevereiro.
Em seu lugar, assumirá o cubano Héctor Núñez.
A diferença entre as duas trocas de comando é que a do Wal-Mart foi planejada no último
ano e meio, quando Núñez foi
trazido da Coca-Cola na América Central e Caribe. Depois de
um período de treinamento e
adaptação, há dois meses sua
promoção ao comando da operação brasileira foi confirmada.
Já no Pão de Açúcar, o presidente Cássio Casseb foi substituído, por não atingir os resultados, de maneira inesperada.
"Foi uma transição planejada
que tem tudo para dar certo",
disse Núñez, 45.
O principal desafio do executivo, segundo seu antecessor,
será manter o crescimento da
rede. Quando Trius assumiu, 11
anos atrás, o Wal-Mart tinha
apenas dez lojas no Brasil. Hoje, conta com 319 lojas, 63 mil
funcionários em 17 Estados e
faturou R$ 12,9 bilhões, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
Para 2008, a previsão de investimentos do Wal-Mart no
Brasil é de R$ 1,2 bilhão, a serem gastos na abertura de 36
novas lojas e um centro de distribuição. "Abrir 36 lojas novas
é um número grande certamente, mas o potencial de crescimento do Brasil, em todos os
Estados e classes sociais, é
enorme", disse Trius. "Crescer
é o maior desafio que Núñez terá."
Ranking
Sobre a ambição de a rede
atingir a liderança do varejo no
país, os executivos são protocolares e dizem não ser sua preocupação principal, mas sim fazer um bom trabalho.
O Wal-Mart, no entanto, galgou posições importantes ao
comprar as redes Bompreço e
Sonae, a partir de 2004. No ano
passado, chegou a ocupar a segunda posição no ranking da
Abras, atrás do Pão de Açúcar.
As duas redes, no entanto, foram ultrapassadas pelo Carrefour, com a compra do Atacadão, em abril.
Trius afirma que levará inúmeras lições de sua experiência
brasileira para China, Índia e
Japão, mercados que assumirá
a partir de fevereiro. Entre elas,
a habilidade de adaptar o negócio ao gosto do consumidor local e de empreender.
"Aprendi também a fazer
aquisições e a conviver com um
cenário macroeconômico muitas vezes instável", disse Trius,
50, que ficou sabendo de sua
promoção na quinta-feira.
Ele muda-se com a mulher e
os filhos brasileiros para Hong
Kong, onde coordenará um dos
mercados de maior expansão
para o Wal-Mart. Apenas em
uma aquisição, a da rede Bounteous, de Taiwan, a rede investiu US$ 1 bilhão, em 2006. A
empresa têm ainda 101 unidades Wal-Mart e 102 Trust Mart
na China e 394 lojas no Japão.
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