São Paulo, terça-feira, 15 de janeiro de 2008

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Wal-Mart troca de comando no Brasil

Mudança, que ocorre um mês depois da troca de presidente do Pão de Açúcar, era planejada havia um ano

CRISTIANE BARBIERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um mês depois de o Pão de Açúcar ter trocado de presidente, foi a vez de o Wal-Mart anunciar a troca no comando de sua operação brasileira. O espanhol Vicente Trius, até então presidente no Brasil, passará a ocupar cargo semelhante na rede varejista americana na Ásia, a partir de 1º de fevereiro. Em seu lugar, assumirá o cubano Héctor Núñez.
A diferença entre as duas trocas de comando é que a do Wal-Mart foi planejada no último ano e meio, quando Núñez foi trazido da Coca-Cola na América Central e Caribe. Depois de um período de treinamento e adaptação, há dois meses sua promoção ao comando da operação brasileira foi confirmada. Já no Pão de Açúcar, o presidente Cássio Casseb foi substituído, por não atingir os resultados, de maneira inesperada.
"Foi uma transição planejada que tem tudo para dar certo", disse Núñez, 45.
O principal desafio do executivo, segundo seu antecessor, será manter o crescimento da rede. Quando Trius assumiu, 11 anos atrás, o Wal-Mart tinha apenas dez lojas no Brasil. Hoje, conta com 319 lojas, 63 mil funcionários em 17 Estados e faturou R$ 12,9 bilhões, segundo a Abras (Associação Brasileira de Supermercados).
Para 2008, a previsão de investimentos do Wal-Mart no Brasil é de R$ 1,2 bilhão, a serem gastos na abertura de 36 novas lojas e um centro de distribuição. "Abrir 36 lojas novas é um número grande certamente, mas o potencial de crescimento do Brasil, em todos os Estados e classes sociais, é enorme", disse Trius. "Crescer é o maior desafio que Núñez terá."

Ranking
Sobre a ambição de a rede atingir a liderança do varejo no país, os executivos são protocolares e dizem não ser sua preocupação principal, mas sim fazer um bom trabalho.
O Wal-Mart, no entanto, galgou posições importantes ao comprar as redes Bompreço e Sonae, a partir de 2004. No ano passado, chegou a ocupar a segunda posição no ranking da Abras, atrás do Pão de Açúcar. As duas redes, no entanto, foram ultrapassadas pelo Carrefour, com a compra do Atacadão, em abril.
Trius afirma que levará inúmeras lições de sua experiência brasileira para China, Índia e Japão, mercados que assumirá a partir de fevereiro. Entre elas, a habilidade de adaptar o negócio ao gosto do consumidor local e de empreender.
"Aprendi também a fazer aquisições e a conviver com um cenário macroeconômico muitas vezes instável", disse Trius, 50, que ficou sabendo de sua promoção na quinta-feira.
Ele muda-se com a mulher e os filhos brasileiros para Hong Kong, onde coordenará um dos mercados de maior expansão para o Wal-Mart. Apenas em uma aquisição, a da rede Bounteous, de Taiwan, a rede investiu US$ 1 bilhão, em 2006. A empresa têm ainda 101 unidades Wal-Mart e 102 Trust Mart na China e 394 lojas no Japão.


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