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Chávez suspende corte de energia em Caracas
Presidente alega "impacto indesejável" do plano de racionamento e destitui o ministro da Energia
DA FOLHA ONLINE
DA EFE, EM CARACAS
O presidente da Venezuela,
Hugo Chávez, suspendeu na
noite de quarta-feira o plano de
racionamento de energia elétrica em Caracas, implantado
de manhã. Chávez alegou um
""impacto indesejável" da medida e anunciou a destituição do
ministro da Energia Elétrica,
Ángel Rodríguez.
Em declaração por telefone à
rede estatal VTV (Venezolana
de Televisión), Chávez disse
que a decisão de suspender a
medida se devia aos efeitos indesejados na capital. Caracas
estava sem luz em diversas
áreas da cidade desde a manhã.
""Comecei a receber relatórios (...) e me dei conta do impacto não desejado, então quero dizer ao povo de Caracas que
ordenei suspender os cortes
elétricos" na capital, disse o
presidente venezuelano.
Chávez afirmou, ainda, que
seu governo é ""capaz de reconhecer erros e retificá-los".
""Retificar é um dom de sábios",
afirmou o presidente.
O presidente anunciou que
tinha pedido ao ministro Rodríguez sua renúncia e que tinham sido cometidos ""erros
técnicos" na aplicação das interrupções, com cortes onde
não poderiam ser feitos e deixando semáforos sem energia.
O presidente venezuelano
afirmou que o racionamento
será mantido no interior do
país, pois fora da capital as medidas foram aplicadas ""com
responsabilidade e sem erros".
Dieta
Chávez defendeu o racionamento elétrico como uma "necessidade" e o comparou com
fazer dieta, já que está sendo
aplicado para ""o bem de todos".
Na semana passada, o presidente venezuelano decretou a
redução da jornada de trabalho
dos funcionários públicos para
cinco horas diárias com o objetivo de diminuir o consumo
energético no setor público, segundo ele, em 20%.
Autoridades venezuelanas
disseram que o deficit energético, calculado em "12%, quase
1.700 megawatts", se deve à
"excessiva dependência" da
produção hidroelétrica, prejudicada pela seca provocada pelo fenômeno El Niño.
No total, 70% da eletricidade
da Venezuela, quinto maior
produtor mundial de petróleo,
tem como origem a represa de
El Guri, na bacia do rio Caroní,
segundo as autoridades. Os
30% restantes são produzidos
por usinas termoelétricas.
Na noite da última segunda,
ao anunciar o plano de racionamento, o ministro Rodríguez
disse que o objetivo era evitar
que o país entre em uma situação crítica no final de fevereiro.
O plano coincide com a recente desvalorização da moeda,
o bolívar forte, e os cortes de
água de dois dias por semana
implantados em novembro na
região da capital venezuelana.
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