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Europeus sentem menos a crise na AL
ISABEL CLEMENTE
de Londres
Ainda em meio à ressaca provocada pelo pânico de anteontem, os
principais mercados europeus fecharam sem grandes alterações,
fora uma grande preocupação com
o grau de exposição dos bancos europeus no Brasil.
Os bancos espanhóis, particularmente, são ainda mais afetados pela crise porque entraram no mercado brasileiro há menos tempo.
O país concentra investimentos
da ordem de US$ 37,6 bilhões dos
bancos europeus, contra US$ 16,8
bilhões dos bancos norte-americanos, lembra o analista Jake Moore,
do banco Barclay's, citando dados
do BIS (Bank of International Settlements), o banco central dos
bancos centrais.
Por esse motivo, discutia-se ontem em Londres os potenciais prejuízos que o poupador comum, o
cliente de um fundo de pensão e
outros investidores podem ter se a
situação piorar no Brasil.
"Há uma boa parcela de investimentos no Brasil e a incerteza é
grande", disse Moore.
Depois de abrirem com relativa
calma, os mercados cederam aos
rumores de que o Brasil introduziria um mecanismo de flutuação
cambial, levantando ainda mais temores de que novas desvalorizações da moeda seriam inevitáveis.
Bolsas
A Bolsa de Londres fechou com
queda de 0,51%; e a de Frankfurt,
de 0,39%. A de Paris teve alta de
0,97%; e a de Madri, a mais afetada
pela grande tormenta de anteontem, quando caiu 6,5%, se estabilizou (+0,05%).
"O mercado ainda não achou
uma direção e entende que os riscos não acabaram, mas tudo dependerá se o país vai conseguir resolver seu déficit fiscal e baixar as
taxas de juros", disse um analista.
Há expectativas de que o real sofrerá novas desvalorizações. "A
presença do Gustavo Franco no
Banco Central era uma certeza de
que a política cambial não seria alterada. Agora, nada garante que o
governo não fará novas mudanças", disse John Bowler, diretor para América Latina do Economist
Intelligence Unit, braço de pesquisas do grupo britânico "The Economist".
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