São Paulo, sexta, 15 de janeiro de 1999

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

País é capa da 'Economist'

do Conselho Editorial

A revista britânica "The Economist", na edição que vai hoje às bancas, puxa o Brasil para a capa, sob o título "Nuvens de tempestade do Brasil".
O texto de abertura da revista diz que, com a desvalorização, "o gigante latino-americano, a oitava economia no mundo, que apenas dois meses atrás ganhara um pacote de respaldo internacional de US$ 41,5 bilhões, admitiu a derrota".
"The Economist" lembra que, há um ano, em entrevista a ela própria, o presidente Fernando Henrique Cardoso "deixara claro que a desvalorização, ocorresse quando ocorresse, seria um desastre político".
Mas a revista não avança em previsões sobre as consequências da desvalorização para o Brasil ou os efeitos que a crise no "gigante latino-americano" terá sobre o resto do planeta.
Diz apenas o óbvio: que tanto a chance de manter sob controle a desvalorização como a de recuperar a confiança dos investidores "parecem magras".
Sobre os reflexos internacionais, a revista é ainda mais cautelosa: diz que "é menos óbvio que, impacto internacional, a crise brasileira terá". Depois de afirmar que os mercados, agora, estão mais calmos que em outubro (na sequência da crise na Rússia), lembra, porém, que "a estabilidade ainda é frágil".
A revista britânica, uma espécie de Bíblia dos grandes empresários e investidores internacionais, também faz restrições, mais moderadas que as de outros meios de comunicação, à atuação do FMI.
Pede, de todo modo, que "o FMI e outros potenciais arquitetos da nova ordem financeira internacional também ponderem sobre as lições mais amplas tanto desse episódio como dos do Leste asiático".
Uma das lições é a de que dificilmente funcionam tentativas de defender taxas de câmbio casadas (com o dólar), mesmo com suporte internacional.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.