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MERCADO FINANCEIRO
Mídi leva BM&F a flexibilizar seus limites
da Reportagem Local
Diante dos pedidos do mercado
financeiro, a Bolsa de Mercadorias
& Futuros resolveu afrouxar os limites de variação dos contratos de
câmbio a partir de hoje.
Os investidores precisam do
mercado futuro de dólar, ainda
mais em um momento de instabilidade cambial como o atual, para
fazer "hedge", no jargão do mercado. Ou seja, para se proteger
contra desvalorizações cambiais.
Também os que ganharam com
a desvalorização de 8,26% do real
querem embolsar logo os recursos, estimados em US$ 1,3 bilhão.
Os limites de variação dos contratos do primeiro vencimento,
em fevereiro, eram de 1% ontem.
Como o dólar desvalorizou 8,26%,
o "circuit breaker" foi acionado e
o mercado parou. Como ninguém
quer comprar a desvalorização de
1%, pois a que
já aconteceu foi de 8,26%, não há
negócios.
O mesmo acontece com os outros dois contratos mais negociados, o segundo vencimento, em
março, e o terceiro, em abril. No
caso do segundo vencimento, o
"circuit breaker" é acionado
quando a desvalorização do real
atinge 1,5% e o terceiro, 2%.
Para se ter uma idéia, mantidos
os limites de variação atual, o primeiro contrato da BM&F só voltaria a ser negociado daqui a seis
dias úteis.
A BM&F emitiu comunicado
ontem informando que os limites
serão flexibilizados a partir de
amanhã. Segundo o comunicado
da BM&F, a decisão foi "tendo em
vista o perfil dos participantes posicionados, a necessidade de atender à demanda por operações de
hedge, a necessidade de referência
de preços para os fundos de investimento e, principalmente, o confortável valor das garantias depositadas".
A partir de hoje, o limite de variação para o contrato de vencimento em fevereiro é de 2% e para
o de março e abril, 4,5%. A partir
do dia 18 de janeiro, o limite de
variação para os contratos de primeiro, segundo e terceiro vencimento, os de maior negociação,
serão de 2%.
Os contratos de juros na BM&F,
que continuam a ser negociados
normalmente, explodiram. A alta
mostra que o mercado não acredita que uma desvalorização de
8,26% seja suficiente.
O Banco Central vendeu R$ 300
milhões de NBC-Es, títulos indexados no dólar comercial. Teve de
pagar juros de 17,98% ao ano, na
máxima, e de 17,08% na média.
(CRISTIANE PERINI LUCCHESI)
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