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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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REDE DE INTRIGAS

Ex-ministro peruano é acusado de corrupção passiva, falsidade ideológica e ocultação de documentos

Enviado do FMI é detido na Argentina

Marcos Brindicci/Reuters
Jorge Baca Campodónico, que está na Argentina em missão oficial do FMI, é levado para o tribunal


MARCELO BILLI
DE BUENOS AIRES

A Interpol prendeu na noite de quinta-feira um dos enviados do FMI (Fundo Monetário Internacional) à Argentina. O ex-ministro da Economia do Peru Jorge Baca Campodónico foi detido no hotel onde estava hospedado em Buenos Aires.
O ex-ministro peruano é acusado de envolvimento em esquemas de corrupção montados durante o governo de Alberto Fujimori (1990-2000) pelo então chefe do serviço secreto do país, Vladimiro Montesinos. Campodónico é acusado formalmente de corrupção passiva, associação ilícita, falsidade ideológica e ocultação de documentos.

Libertado
A Justiça peruana procura o ex-ministro desde fevereiro de 2002, quando ordenou sua captura internacional. Ele já havia sido preso em maio do ano passado nos EUA e teria sido libertado, segundo a Justiça peruana, por um equívoco da polícia norte-americana, que avaliara que o ex-ministro era representante do Peru na ONU (Organização das Nações Unidas).
A captura de Campodónico foi facilitada por um acordo assinado há mais de cem anos entre o Peru, a Argentina, a Bolívia, o Paraguai e o Uruguai. O acordo facilita a extradição e estabelece o prazo de dez dias para que o Peru complete os trâmites do processo.
Ontem, a Polícia Federal aguardava parecer do Ministério das Relações Exteriores argentino, que deveria avaliar se o ex-ministro tinha ou não imunidade diplomática. Campodónico entrou no país como representante do FMI -ele é consultor para assuntos fiscais do Fundo- e integraria a missão conjunta com o Banco Mundial que começa a trabalhar no país na próxima segunda-feira.

Passaporte
"Ele tem um passaporte das Nações Unidas, mas isso não implica imunidade automática", afirmou o juiz federal Roberto Canicoba, responsável pelo caso. "Os funcionários do FMI gozam de imunidade automática de acordo com a função que estejam exercendo e no momento em que a estejam cumprindo, mas este não é o caso", completou o juiz.
Campodónico permanecerá preso até que o Ministério das Relações Exteriores decida sobre sua imunidade.
O porta-voz do FMI David Hawley disse ontem que o Fundo "acompanhava com preocupação" o caso. "O Fundo providenciou representação legal para o Sr. Campodónico, e estamos monitorando de perto a situação", disse.


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