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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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TURISMO

Para Procon, consumidor deve negociar diretamente com financeiras

Cliente não deve cancelar pagamentos à Stella Barros

DA REDAÇÃO DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Quem fechou contrato com a operadora de turismo Stella Barros -que pediu falência anteontem- e ainda está realizando pagamentos parcelados por meio de financeiras ou no cartão de crédito não deve suspender seus pagamentos. Essa é a orientação do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor).
Segundo Maria Lumena Sampaio, diretora de atendimento do Procon, os contratos fechados com a operadora e aqueles firmados com a financeira são independentes. Sampaio diz que os clientes podem entrar em contato com as financeiras e tentar negociar o cancelamento dos pagamentos.
Ilya Hirsch, presidente da Braztoa (operadoras de turismo), afirma que as 60 operadoras associadas à entidade se dispuseram a vender pacotes iguais ou similares aos oferecidos pela Stella Barros a preço de custo. A lista de operadoras pode ser acessada no site www.braztoa.com.br.
Hirsch afirma que a Stella Barros possuía 50 pacotes fechados, cerca da metade deles para viagens internacionais.
A Tia Augusta, uma das principais concorrentes da Stella Barros, está assumindo parte dos pacotes com viagens para os Estados Unidos. De acordo com Luiz Filipe Fortunato, diretor-executivo da operadora, os pacotes estão sendo oferecidos com um desconto médio de 30%.
Para quem ainda está planejando viajar, o Procon recomenda que o cliente verifique se precisa mesmo contratar algum intermediário ou se é possível fechar o negócio diretamente com empresas aéreas e hotéis. Além disso, é recomendável procurar os órgãos de defesa do consumidor e verificar se há reclamações contra a empresa.
A falência da Stella Barros reflete o mau momento do setor. Os gastos dos turistas brasileiros que viajaram ao exterior a passeio caíram de US$ 1,276 bilhão em 2001 para US$ 829 milhões no ano passado, segundo dados do Banco Central -queda de 35%.
Apenas dois dos segmentos analisados tiveram aumento de gastos com viagens internacionais. O principal é o de funcionários de governo, que gastaram em viagens ao exterior em 2002 mais do que o dobro do ano anterior.
Desde 1989 os turistas brasileiros não gastavam tão pouco fora do país. A disparada do dólar e a queda na renda da população explicam o menor interesse em relação às viagens para o exterior.


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