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São Paulo, sábado, 15 de fevereiro de 2003

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MERCADO FINANCEIRO

Inspetor não faz declarações bombásticas, e moeda pára; Bovespa cai 0,26% com 2º menor giro do ano

Dólar estaciona com discurso sem novidade

DA REPORTAGEM LOCAL

A expectativa de que Hans Blix, chefe dos inspetores de armas da ONU, falasse ontem às Nações Unidas algo que pudesse levar os EUA a atacar imediatamente o Iraque -e que fez o dólar subir 1,66% na quinta-feira- não se concretizou. O dólar sofreu algumas variações durante o dia, mas terminou na mesma cotação do fechamento anterior, R$ 3,665. Na semana, a moeda norte-americana se valorizou em 2,23%.
O discurso, sem nenhuma novidade bombástica, colaborou para que as Bolsas internacionais subissem. Entretanto a Bovespa não acompanhou o otimismo no exterior e caiu 0,26%, com volume de apenas R$ 293 milhões, o segundo menor do ano.
Segundo Alvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora, os principais motivos que têm provocado a desvalorização das ações na Bolsa são a aversão ao risco e a proteção dos investidores, que procuram nos momentos de instabilidade investimentos que sofram menos oscilações. "Nós, emergentes, sentimos ainda mais os efeitos", disse Bandeira.
Para ele, prevalecem atualmente no mercado os especuladores e investidores interessados em operações de curtíssimo prazo, o que favorece que as ações operem com muita volatilidade.
A maior alta foi a Telemig Participações PN (4,7%), e a maior queda, a Embraer PN (5,9%).

Selic deve subir
Segundo uma pesquisa feita pela agência de notícias Reuters, o Banco Central deverá aumentar a Selic na próxima semana para conter a inflação. Pelo menos essa é a opinião de 18 dos 22 economistas ouvidos na pesquisa, que inclui bancos e consultorias.
Dos entrevistados, nove acreditam que a alta deve ser de meio ponto percentual e outros nove acham que deve ser de um ponto, ou seja, passar para 26,5% ao ano.
"Há um aumento das expectativas inflacionárias que deve ser rapidamente contido, e somente uma política monetária forte pode fazer isso", disse Marcelo Salomon, economista-chefe do banco ING em São Paulo.
A possibilidade do aumento dos juros se refletiu nas negociações da BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros). Os contratos DI (que consideram os juros entre os bancos) com vencimento em julho, os mais negociados, subiram de 28,28% para 28,35% ao ano.
(GEORGIA CARAPETKOV)


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