São Paulo, quarta-feira, 15 de fevereiro de 2006

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VAREJO

Resultado de janeiro ficou acima do esperado e pode levar a nova alta dos juros

Clima ameno eleva vendas nos EUA

DA REDAÇÃO

As vendas no varejo nos Estados Unidos subiram quase o triplo do que era esperado em janeiro, graças ao clima ameno (é inverno no hemisfério Norte) e à troca de vales-presentes recebidos de Natal, num sinal de que a economia do país pode ter uma retomada no primeiro trimestre.
As vendas tiveram alta de 2,3%, a maior desde maio de 2004. Excluindo as vendas de automóveis, o crescimento ficou em 2,2%. Os analistas esperavam alta de 0,8% nas vendas e de 0,7% excluindo automóveis.
"Foi um mês ameno, sem nevascas, mas, na verdade, podemos ver uma desaceleração já em fevereiro", disse Elisabeth Denison, economista do Dresdner Kleinwort Wasserstein.

Juros
A força do varejo pode fazer com que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) aumente as taxas de juros do país em sua próxima reunião para manter a inflação sob controle. O consumo responde por cerca de dois terços do PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos.
Há incerteza nos mercados quanto à trajetória da taxa de juros, já que a próxima reunião do Fed é a primeira com Ben Bernanke, novo presidente do órgão, no comando. Ele depõe hoje no Congresso pela primeira vez e pode indicar mudanças no rumo da política monetária do país; uma possibilidade é a adoção de uma meta de inflação explícita, como a usada no Brasil.
Além disso, muitos analistas acreditam que a taxa, hoje em 4,5%, já está em um nível considerado "neutro" (que não estimula nem freia a economia), que é o objetivo do BC dos EUA.
Se os juros dos EUA voltarem a subir, isso torna os investimentos em títulos daquele país mais atraentes, o que pode fazer com que investidores tirem dinheiro do Brasil, onde os papéis são de risco maior.
A expectativa de nova alta nos juros dos EUA fez com que os títulos do Tesouro dos EUA caíssem ontem. A Bolsa de Nova York, no entanto, subiu 1,25%, para 11.028,39 pontos, com o resultado das vendas no varejo, que é positivo para as empresas. A Bolsa eletrônica Nasdaq subiu 1%, para 2.262,17 pontos.


Com agências internacionais


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