São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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guilherme.barros@uol.com.br

Ibre propõe reforma simples e transparente

A reforma tributária que o governo deve apresentar ao Congresso nas próximas semanas tem de ser simples e transparente para a sociedade perceber os impostos que paga e, assim, poder se manifestar democraticamente sobre essa questão na hora de eleger seus representantes.
A avaliação consta da Carta do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), que será publicada na próxima edição da revista "Conjuntura Econômica". De acordo com o texto, é provável que o eleitorado não venha cobrando dos políticos uma mudança na estrutura dos impostos indiretos porque não a enxerga e tampouco a entende.
Segundo a Carta do Ibre, o ideal seria a introdução de um IVA (Imposto sobre Valor Agregado) nacional que fosse compartilhado pelos Estados e municípios, que substituísse ICMS, PIS/Pasep, Cofins, Cide, Taxa das Teles, ISS, contribuições ao Sistema S e salário-educação. Os cálculos são que um tributo desse tipo proporcionaria uma arrecadação de 16% do PIB.
"É evidente que a alíquota desse super-IVA seria muito elevada, mas seria isso, justamente, que produziria o efeito colateral benéfico de explicitar a carga tributária, criando a demanda na sociedade por melhoras ou redução no gasto público", diz o texto.
Outra mudança necessária para criar um verdadeiro IVA no Brasil, sugerida pela Carta do Ibre, dentro dos melhores parâmetros internacionais, é a de estabelecer o princípio do destino para efeito da cobrança do imposto, com tributação interestadual compensatória na origem.
Além disso, o texto considera ainda muito importante que, como no caso de diversos países, o valor referente ao imposto constasse das notas fiscais que os consumidores recebem quando adquirem produtos no comércio ou pagam por serviços.
"Assim, ao fazer uma compra em uma loja ou na hora de pagar a conta no restaurante, o brasileiro típico teria a exata medida de em quanto está sendo tributado para financiar os serviços estatais dos quais desfruta o cidadão", afirma o texto.
"Essa transparência serviria para reforçar o exercício da democracia no Brasil, e seria muito saudável se a população pusesse em questão o desenho do arcabouço tributário nacional."

JÓIA RARA
A joalheira Noia Carolina, que negociou por dois anos na Bolsa de diamantes de Israel antes de abrir escritório no Brasil, em 2001, onde atendia clientes reservadamente, agora abre uma loja no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. "Já pensei no Iguatemi e na Daslu, mas há muitas joalherias nesses lugares. Nos Jardins, tem problema de segurança. A JHSF me procurou e vou abrir em março no shopping." Noia diz que, se não tiver uma pedra muito especial em sua loja, manda buscar nas Bolsas da Antuérpia (Bélgica) ou de Israel, onde tem contatos.

GUERRA NA XÍCARA
Com as vendas em baixa nos Estados Unidos, a Starbucks está testando no país um café vendido a US$ 2,50 o copo. Se os testes forem bem-sucedidos, a empresa vai incorporar um produto "premium" novo a seu cardápio para tentar combater a primeira queda na freqüência de suas lojas nos EUA em 37 anos de existência. A nova estratégia também é um jeito de concorrer com o McDonald's, que tem abocanhado clientes da rede de cafeterias ao vender copos de café por US$ 1,39.

QUATRO CORDAS
Um violino fabricado pelo italiano Giuseppe Guarneri no século 18 superou todos os valores alcançados em outros leilões de instrumentos musicais. O último recorde era de US$ 3,54 milhões, alcançado por um Stradivarius. A casa de leilões Sotheby's não quis divulgar o quanto foi apurado com o instrumento, vendido a um advogado e músico russo de 35 anos. O alto valor alcançado pelo violino pode ser explicado pela raridade do instrumento -hoje, só há 150 deles fabricados por Guarnieri, contra 600 existentes de Stradivari.

APETITE
De outubro a dezembro, a Itaú Corretora intermediou R$ 32,475 bilhões na Bovespa -volume 106,3% superior a igual período de 2006 e 7,9% sobre o trimestre anterior. Na BM&F foram intermediados 2,7 milhões de contratos no quarto trimestre, alta de 15,7% ante o mesmo período de 2006. No mercado de Home Broker, o Itautrade negociou R$ 3,361 bilhões, 149,1% a mais do que em igual período de 2006.

BOLÉIA
A Casas Bahia vai ampliar a sua frota com os caminhões da Mercedes-Benz. A empresa acaba de negociar a aquisição de 1.050 novos veículos. Do total, 750 unidades são do modelo leve Accelo 915 C.

PAJELANÇA
A aldeia dos índios Pataxós, na Reserva da Jaqueira, em Porto Seguro, passou a aceitar cartões de crédito Visa como forma de pagamento na venda de artesanato produzido pelos nativos. A implantação do sistema, por meio da VisaNet Brasil, vai auxiliar o comércio de cocares, pulseiras e cestos.

BACALHOADA
O grupo Pão de Açúcar, que importou mais de 3.600 toneladas de peixes para o período de Páscoa, registrou aumento de mais de 32% nas vendas do produto na primeira semana deste mês ante o mesmo período do ano passado.

GERÊNCIA
O INDG (Instituto de Desenvolvimento Gerencial) fechou 2007 com alta de cerca de 80% nas vendas, chegando a R$ 202 milhões. Empresas no exterior representam hoje 14% dos contratos do INDG. A Europa tem 43% desses negócios, seguida por Américas Latina (30%) e do Norte (27%).

NEGÓCIOS
Carlos Faccina, ex-diretor de RH da Nestlé, assumiu o cargo de chanceler da Universidade Anhembi Morumbi, cuja estratégia é buscar talentos para os cursos de negócios, após a aquisição da Business School São Paulo, em dezembro.

24 HORAS
O Banco24Horas acaba de atingir a marca de 4.000 terminais instalados no país. Administrados pela TecBan, os terminais estão em 330 cidades.

ENERGIA
A Mabe Construção e Administração de Projetos fechou dois contratos, com valor total de 1,4 bilhão para a construção de duas usinas termoelétricas no Nordeste que irão gerar 1.080 MW de energia. O escritório Leite, Tosto e Barros Advogados Associados assessorou a negociação. A primeira usina, que será movida a carvão, será construída perto do porto de Itaqui, no Maranhão. A segunda será construída perto do porto do Pecém, no Ceará.

NO TOPO
O UBS está importando salvadores estrangeiros para administrar sua crise, segundo a última edição da revista britânica "The Economist". O executivo brasileiro André Esteves é um dos destaques de reportagem. Com um currículo "fora do comum", segundo o semanário, Esteves foi uma escolha "heterodoxa". Na quarta, o UBS nomeou o sueco Jerker Johansson, do Morgan Stanley, para chefiar seu banco de investimento.

DE LUXO
A escola de idioma Berlitz foi convidada para entrar no LMC (Luxury Marketing Council), organização de negócios de dirigentes de empresas de luxo, com mais de 700 afiliados no mundo.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA


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