São Paulo, sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

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Após discurso de Bernanke, Bolsa interrompe ciclo de altas e cai 1,2%

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado financeiro esfriou ontem após o discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (o banco central dos Estados Unidos). A Bovespa interrompeu uma seqüência de quatro pregões em alta e encerrou com queda de 1,23%, aos 61.818 pontos. O dólar terminou as operações a R$ 1,751, com apreciação de 0,40% diante do real.
Bernanke falou ontem no Senado norte-americano sobre as condições da economia do país, ressaltando os riscos ao crescimento que ainda existem.
Na Bolsa de Valores de Nova York, o índice Dow Jones teve baixa de 1,40%; a Nasdaq recuou 1,74%.
"As declarações do Bernanke serviram mais de desculpa para os investidores realizarem lucros. O mercado teve bons ganhos nos últimos pregões e esperava uma desculpa para embolsar parte dos lucros. Se nenhuma notícia muito ruim aparecer, devemos presenciar uma retomada da recuperação que estava ocorrendo", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
No mercado acionário europeu, também houve Bolsas de Valores no vermelho ontem, porém de forma mais moderada. A queda em Frankfurt foi de 0,16%; Londres encerrou com baixa de 0,01%.
O dia mais fraco de ontem não implica uma mudança para o mercado financeiro doméstico. Não será surpresa se hoje as operações retomarem o viés positivo que vinha pautando os negócios, principalmente na Bolsa de Valores. Na semana, o índice Ibovespa, que agrupa as 64 ações brasileiras de maior liquidez, acumula valorização de 4,64%.
Antes de o mercado norte-americano engatar um viés pessimista e influenciar o desempenho local, no começo da tarde de ontem, o Ibovespa bateu na máxima, aos 63.224 pontos (em alta de 1%).
O dólar chegou a ser negociado em níveis mais baixos que o de fechamento, a R$ 1,749. Mesmo com a apreciação de ontem, a moeda norte-americana registra queda, de 1,46%, no ano.
Hoje, importantes dados econômicos americanos, referentes ao mês de janeiro, poderão ditar o rumo do mercado, dependendo do quanto de surpresa tragam.
Ainda pela manhã será conhecido o indicador de produção industrial dos Estados Unidos relativo a janeiro, além da utilização da capacidade instalada. Os números darão uma visão sobre como está o ritmo da atividade econômica no país neste começo de ano.
A agenda americana traz ainda dados de índice de preços de importados e de confiança do consumidor do país.

Em recuperação
Após o difícil mês de janeiro, marcado pela saída recorde de capital externo do mercado acionário doméstico, este mês tem sido mais favorável para os investimentos em ações. O saldo das operações realizadas com capital externo na Bolsa neste mês, até o dia 11, estava positivo, em R$ 416,2 milhões.
O índice Ibovespa registra valorização mensal de 3,91%.
Em janeiro, o Ibovespa amargou perdas de 6,88%, e o balanço dos negócios feitos pelos estrangeiros ficou negativo em R$ 4,43 bilhões.
No pregão de ontem, as ações ON (ordinária, com direito a voto) da Cyrela Realt lideraram os ganhos.
A alta de 4,16% foi impulsionada por mais de 2.000 negócios feitos com o papel. Os investidores esperam que a empresa mostre em seus resultados do último trimestre deste ano um expressivo crescimento em suas vendas.
Outros papéis que se destacaram no fraco pregão de ontem foram Gerdau Metalurgia PN, que subiu 3,72%, e Telemar Norte Leste PNA, que teve valorização de 3,27%.


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