|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Após discurso de Bernanke, Bolsa interrompe ciclo de altas e cai 1,2%
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado financeiro esfriou
ontem após o discurso de Ben
Bernanke, presidente do Federal Reserve (o banco central
dos Estados Unidos). A Bovespa interrompeu uma seqüência
de quatro pregões em alta e encerrou com queda de 1,23%, aos
61.818 pontos. O dólar terminou as operações a R$ 1,751,
com apreciação de 0,40% diante do real.
Bernanke falou ontem no Senado norte-americano sobre as
condições da economia do país,
ressaltando os riscos ao crescimento que ainda existem.
Na Bolsa de Valores de Nova
York, o índice Dow Jones teve
baixa de 1,40%; a Nasdaq recuou 1,74%.
"As declarações do Bernanke
serviram mais de desculpa para
os investidores realizarem lucros. O mercado teve bons ganhos nos últimos pregões e esperava uma desculpa para embolsar parte dos lucros. Se nenhuma notícia muito ruim aparecer, devemos presenciar uma
retomada da recuperação que
estava ocorrendo", afirma Álvaro Bandeira, diretor da corretora Ágora.
No mercado acionário europeu, também houve Bolsas de
Valores no vermelho ontem,
porém de forma mais moderada. A queda em Frankfurt foi de
0,16%; Londres encerrou com
baixa de 0,01%.
O dia mais fraco de ontem
não implica uma mudança para
o mercado financeiro doméstico. Não será surpresa se hoje as
operações retomarem o viés
positivo que vinha pautando os
negócios, principalmente na
Bolsa de Valores. Na semana, o
índice Ibovespa, que agrupa as
64 ações brasileiras de maior liquidez, acumula valorização de
4,64%.
Antes de o mercado norte-americano engatar um viés
pessimista e influenciar o desempenho local, no começo da
tarde de ontem, o Ibovespa bateu na máxima, aos 63.224 pontos (em alta de 1%).
O dólar chegou a ser negociado em níveis mais baixos que o
de fechamento, a R$ 1,749.
Mesmo com a apreciação de
ontem, a moeda norte-americana registra queda, de 1,46%,
no ano.
Hoje, importantes dados
econômicos americanos, referentes ao mês de janeiro, poderão ditar o rumo do mercado,
dependendo do quanto de surpresa tragam.
Ainda pela manhã será conhecido o indicador de produção industrial dos Estados Unidos relativo a janeiro, além da
utilização da capacidade instalada. Os números darão uma visão sobre como está o ritmo da
atividade econômica no país
neste começo de ano.
A agenda americana traz ainda dados de índice de preços de
importados e de confiança do
consumidor do país.
Em recuperação
Após o difícil mês de janeiro,
marcado pela saída recorde de
capital externo do mercado
acionário doméstico, este mês
tem sido mais favorável para os
investimentos em ações. O saldo das operações realizadas
com capital externo na Bolsa
neste mês, até o dia 11, estava
positivo, em R$ 416,2 milhões.
O índice Ibovespa registra
valorização mensal de 3,91%.
Em janeiro, o Ibovespa
amargou perdas de 6,88%, e o
balanço dos negócios feitos pelos estrangeiros ficou negativo
em R$ 4,43 bilhões.
No pregão de ontem, as ações
ON (ordinária, com direito a
voto) da Cyrela Realt lideraram
os ganhos.
A alta de 4,16% foi impulsionada por mais de 2.000 negócios feitos com o papel. Os investidores esperam que a empresa mostre em seus resultados do último trimestre deste
ano um expressivo crescimento em suas vendas.
Outros papéis que se destacaram no fraco pregão de ontem foram Gerdau Metalurgia
PN, que subiu 3,72%, e Telemar
Norte Leste PNA, que teve valorização de 3,27%.
Texto Anterior: Zona do euro cresce em ritmo menor em 2007 Próximo Texto: Juros para o consumidor têm alta no início do ano Índice
|