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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Analistas veem "desincorporação" em 2009
As incorporadoras podem
cancelar lançamentos imobiliários neste ano para preservar
o caixa diante da crise econômica. Essa é a opinião de
Eduardo Silveira, analista de
construção civil da Fator Corretora, e de Luiz Fernando Lucho do Valle, presidente da
Ecoesfera Empreendimentos.
A lei brasileira permite que
as incorporadoras desistam de
empreendimentos que não tiverem bom desempenho nas
vendas dentro de um prazo de
seis meses, após o lançamento.
Nesse caso, as empresas devolvem o dinheiro pago pelos
compradores das unidades,
cancelam o lançamento e assumem como prejuízo os investimentos em publicidade e em
estande de vendas.
Lucho do Valle vê "desincorporações" acontecendo em peso no segundo semestre deste
ano. "É uma atitude responsável que os empresários vão ter.
Devolver o dinheiro para o investidor e cancelar o empreendimento é melhor que construir um prédio que não vendeu bem", afirma.
A queda na demanda e a escassez de crédito podem levar
empresas a optarem por adiar
lançamentos e cancelar empreendimentos já lançados
com vendas abaixo do esperado, afirma Silveira.
"No ano passado, os casos de
cancelamento de lançamentos
eram por excesso de oferta em
uma região. Neste ano, será por
queda na demanda. As empresas podem preferir cancelar a
incorporação antes de construir a incorrer na exposição de
seu caixa", diz Silveira.
Entre os lançamentos com
maior probabilidade de serem
cancelados, Silveira cita os empreendimentos de maior valor
e fora do eixo Rio/São Paulo.
Esse foi o caso do Condomínio Grand Park, empreendimento da Klabin Segall lançado
em 2008, em Uberlândia (MG),
e cancelado por apresentar baixo volume de vendas.
"A decisão está baseada no
comprometimento da Klabin
Segall com a geração de valor
aos seus acionistas, com a menor exposição de caixa e com a
prioridade na venda de estoque
do ano passado", disse a empresa em nota, na semana passada.
Para Silveira, 2009 terá volume de lançamentos entre 20%
e 30% menor que 2008.
João Crestana, presidente do
Secovi (sindicato de habitação),
e Eduardo Zaidan, diretor de
economia do SindusCon-SP,
também veem uma redução no
volume de lançamentos neste
ano, mas não acreditam na cancelamento dos projetos já lançados.
"As incorporadoras só vão
lançar empreendimentos seguros e deixarão para outra oportunidade os mais arriscados",
diz Zaidan. "Todo ano temos
um ou dois casos de cancelamentos. Esse ano será igual,
mas não acho que teremos mais
ou menos por conta da crise",
afirma Crestana.
"As empresas podem preferir cancelar a incorporação antes de construir a incorrer na exposição de seu caixa"
EDUARDO SILVEIRA
analista de construção civil da Fator Corretora
Academia dá seguro desemprego "fitness" para não perder cliente
A academia de ginástica Bio
Ritmo vai oferecer um seguro
desemprego "fitness" para evitar a fuga de clientes, que podem ter medo de assumir prestações por conta da crise.
Os frequentadores da academia que tiverem receio de assumir contratos de longo prazo
receberão uma espécie de seguro-desemprego, que vai garantir seis meses de mensalidades
gratuitas, caso percam o emprego antes do fim do termo.
Cerca de 90% da venda da
Bio Ritmo corresponde aos planos anuais, de um total de 30
mil clientes.
"O exercício reduz o estresse,
libera endorfina, pode contribuir nessa hora difícil", afirma
Edgard Corona, presidente da
Bio Ritmo.
O desempregado que tiver
firmado contrato de longo prazo só precisa mostrar na recepção que foi demitido e o pagamento de suas mensalidades
será suspenso.
O frequentador, no entanto,
só poderá entrar para se exercitar em horário especial: das 9h
às 12h ou entre 14h e 16h, fora
da hora do "rush", no qual as
academias ficam lotadas pelos
demais clientes. "Esse horário
é para quem não está trabalhando", diz.
Corona pretende manter o
benefício mesmo depois que a
economia já tiver alcançado alguma estabilidade.
SOBE: TÍTULOS PROTESTADOS ATINGEM MAIOR VOLUME DESDE 2007 EM SP
Foram protestados em janeiro 92.897 títulos, segundo
pesquisa do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da
Seção São Paulo junto aos dez tabeliães de protesto da capital. A alta foi de 23,49% ante os 75.227 de dezembro. O total
de protestos não atingia volume tão grande desde março de
2007, quando bateu 95.123. "Janeiro é tradicionalmente de
alta todo ano no protesto, devido às compras de fim de ano.
Mas desta vez supera muito o esperado", diz José Carlos Alves, presidente do instituto. Mas, para ele, os protestos devidos à inadimplência provocada pela crise ainda não começaram a aparecer. "É cedo para atribuirmos a alta à crise."
PEDÁGIO
A Indra, multinacional de
TI da Europa, assumiu, com
sua parceira brasileira Esteio, o projeto de implantação de sistemas de pedágio
em três trechos de uma rodovia do Sul do país e a instalação de sistemas de gestão
do tráfego inteligente de
uma delas. Indra e Esteio
também desenharão e colocarão em funcionamento
um sistema de gestão de tráfego metropolitano na cidade de Curitiba. O custo global dos contratos supera os € 10 milhões.
TORRE EIFFEL
Gilberto Bomeny, fundador e presidente do World Trade Center de São Paulo, acaba de conseguir aprovação para desenvolver o WTC de Paris; o prédio ficará ao lado do aeroporto Charles de Gaulle; além de desenvolver o projeto, o brasileiro vai participar da gestão do empreendimento depois de pronto; o projeto, um dos maiores no gênero em implantação na Europa, tem salão de exposições com 40 mil m2, centro de convenções com salas para até 3.000 participantes, hotéis e escritórios
LADEIRA
As agências de publicidade e propaganda esperam
fortes quedas em 2009 nos
EUA. Apenas 6% das empresas entrevistadas em um levantamento da AdMedia
Partners nos EUA projetam
um ano mais forte que 2008.
Cerca de 78% preveem um
ano mais fraco. Para 16%,
2009 deve manter o mesmo
ritmo do ano passado. O levantamento foi feito com
mais de 3.700 executivos de
agências de propaganda, de
marketing de serviços, agências digitais e outros.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI
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