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Sobram vagas em Rio Verde (GO), baseada na indústria de alimentos
MATHEUS PICHONELLI
FELIPE BÄCHTOLD
DA AGÊNCIA FOLHA
Uma lista com ofertas de empregos é atualizada diariamente no site da Prefeitura de Rio
Verde, município do interior de
Goiás de 149.382 habitantes
responsável por 1% de toda a
produção nacional de grãos.
Na sexta-feira passada, havia
na cidade 462 vagas disponíveis
para 102 tipos de profissionais,
entre eles caldeireiros, eletricistas, engenheiros, marceneiros, operadores de máquinas,
motoboys e até vaqueiros.
Terceiro maior PIB de Goiás
(R$ 2,7 bilhões), Rio Verde (241
km de Goiânia) está numa das
regiões mais prósperas de um
Estado cuja indústria, ancorada na produção de alimentos,
conseguiu fechar 2008 em expansão, apesar da crise.
Segundo pesquisa industrial
mensal do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Goiás e Amazonas foram os
únicos dos 14 Estados analisados a ter crescimento no setor
em dezembro em relação ao
mês anterior: 0,4%. Goiás foi
também o único com variação
positiva em comparação a dezembro de 2007 -1,1%, quando
a média no país foi de queda de
14,5%- e teve a segunda maior
expansão industrial no ano
(8,5%), perdendo apenas para o
Paraná (8,6%).
A instalação de novas fábricas de processamento de alimentos no interior tem ajudado Goiás a obter resultados positivos na indústria, diz o IBGE.
Em Rio Verde, polo produtor
de arroz, algodão, soja, milho e
girassol, há hoje seis distritos
industriais com 311 unidades
instaladas -como a Perdigão.
Efeitos tardios
De acordo com o IBGE, com
66% da indústria ligada a bebidas e alimentação, Goiás deve
demorar para sentir os efeitos
da conjuntura econômica.
"O mundo está ajustando a
sua produção a um novo patamar. Isso provavelmente vai ter
algum impacto. Mas até chegar
a alimentos há uma distância
um pouco maior", afirma a
coordenadora da pesquisa do
IBGE, Isabella Nunes.
No ano, a indústria de alimentos em Goiás cresceu 9,8%.
"A primeira coisa que se retrai numa crise como essa é o
consumo de bens duráveis, que
não é o forte da indústria goiana. Temos áreas já em dificuldade, mas o centro da nossa
produção é a alimentação", diz
o presidente da Fieg (Federação das Indústrias do Estado de
Goiás), Paulo Afonso Ferreira.
Segundo a Fieg, o emprego
industrial em Goiás cresceu
6,3% ao longo de 2008.
Beneficiado pelo aumento de
emprego e renda, o setor de
construção civil tem vivido
uma explosão de empreendimentos imobiliários e já prevê
expansão para este ano
-"2008 foi o melhor dos últimos 30 anos para a construção
civil em Goiás", diz Roberto
Elias Fernandes, presidente do
Sinduscon (Sindicato da Industria e da Construção) de Goiás.
Segundo ele, o setor deve
passar "incólume" pela crise
porque as obras já foram iniciadas, o que deve manter o nível
de emprego. O crescimento do
setor em 2008 foi de 12%, o que
gerou 20 mil empregos locais.
Sinal dessa expansão é o aumento, em 2008, da produção
de minerais não-metálicos
-como cimento- apontado
pelo IBGE em comparação com
dezembro de 2007: 15,5%.
Com o aumento da renda das
classes populares, que representam 40% do mercado imobiliário, o Sinduscon espera
crescer de 5% a 6% neste ano.
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