|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bom momento atenua crise, diz criador do Bric
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O bom momento para a
economia mundial atenua o
impacto de um menor crescimento dos EUA e consequentemente uma crise nos
mercados, avalia Jim O'Neill,
chefe de pesquisa econômica
global do Goldman Sachs e
criador do termo Bric (de
Brasil, Rússia, Índia e China,
que em 2050 seriam os principais atores econômicos).
Ontem, em visita a São
Paulo, o economista afirmou
que hoje é muito mais fácil
para os países enfrentarem
uma crise global. "É quase o
momento perfeito para isso
acontecer", ironizou.
Sobre a alta considerada
modesta do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, e se o
país merecia continuar figurando entre os Brics, ele avaliou que um crescimento de
3,5% da economia seria satisfatório para isso. Se o Brasil crescer a essa taxa de forma sustentada daqui para a
frente, defendeu, em 2050
estará entre as maiores economias do mundo.
Em 2006, o PIB do Brasil
teve alta de 2,9%, taxa muito
menor do que a chinesa
(10,7%), a russa (6,7%) e a estimada para a Índia (9,2%).
"Crescer 3,5% em uma base
sustentada seria muito bom.
Crescer 5% seria fabuloso",
analisou. "Mas acho que o
Brasil deveria pensar mais
em termos de metas de inflação do que no PIB."
Se o país cumprir uma meta de inflação de 4,5% ao ano
pelos próximos cinco anos,
disse, atrairá muitos investimentos. Na avaliação de
O"Neill, o câmbio deve continuar se apreciando.
Para ele, entretanto, esse
não é um problema tão grande para as exportações. "O
câmbio é importante, mas se
você quiser ser bom em exportações tem que encontrar
produtos que não dependam
excessivamente da taxa de
câmbio", afirmou, ressaltando a importância das vendas
externas de produtos de
maior valor agregado.
Para o economista, com a
importância que os combustíveis renováveis vêm assumindo, o Brasil tem uma posição "privilegiada" hoje por
conta do desenvolvimento
da sua cadeia do álcool.
O'Neill disse ainda acreditar que o Brasil deve alcançar
o "investment grade" (grau
de investimento), concedido
a países que representam
baixíssimos riscos de darem
calote, no curto prazo.
Ontem pela manhã, a presidente da agência de classificação de risco Standard &
Poor's no Brasil, Regina Nunes, afirmou que o país, pela
primeira vez, está em um ciclo virtuoso para chegar a ser
grau de investimento "de fato e de direito". "O Brasil hoje é muito menos vulnerável,
está muito melhor estruturalmente. O que é necessário
agora são reformas pontuais,
de efeito imediato, para melhorar sua avaliação de risco", disse a executiva, após
participar do debate Conquista do Grau de Investimento para o Brasil, realizado na Bovespa.
Texto Anterior: Após forte oscilação, Bolsa fecha em alta de 1,26% Próximo Texto: Vinicius Torres Freire: Exportação das fábricas vai a zero Índice
|