São Paulo, quinta-feira, 15 de março de 2007

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Após forte oscilação, Bolsa fecha em alta de 1,26%

Bovespa chega a cair 1,63%, ainda sob reflexo do setor habitacional americano

Na Ásia e na Europa, pregões registram forte baixa; na ausência de mais notícias negativas, Dow Jones avança 0,48%


FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na abertura das operações de ontem, a Bovespa demonstrou que poderia ter mais um dia de perdas. Mas, na esteira da recuperação do mercado acionário norte-americano, acabou por virar e terminar o pregão com valorização de 1,26%.
No pior momento do dia, a Bovespa teve perdas de 1,63%.
A Bolsa de Nova York também viveu um dia de sobe-e-desce: o índice Dow Jones, que chegou a cair 1,13%, teve alta de 0,48%. A Nasdaq subiu 0,90%.
Os mercados abriram ontem com os investidores ainda temerosos com o futuro do setor de financiamento habitacional nos EUA e seus reflexos no sistema financeiro. A principal preocupação está relacionada ao segmento de empréstimos destinados a pessoas com histórico ruim de crédito -ou seja, que carregam riscos relevantes de calote.
Sem novidades negativas, investidores aproveitaram para comprar papéis que haviam caído de forma mais pesada nos últimos dias.
Na Bolsa paulista, todas as 58 ações que formam o Ibovespa fecharam com queda na terça. No pregão de ontem, papéis de diferentes setores tiveram valorizações mais fortes: no topo ficou Brasil Telecom PN (4,26% de alta), seguida por Companhia Siderúrgica Nacional ON (3,81%) e Perdigão ON (com ganho de 3,51%).
Mas, apesar da melhora vivida nas últimas horas dos pregões, operadores lembram que a tendência de instabilidade, com os mercados mundiais oscilando bastante, segue firme.
O mercado asiático encerrou suas operações ainda sob o efeito desses temores. O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 2,92% ontem. Na China, a Bolsa de Xangai perdeu 1,97%.
A Europa também não conseguiu se recuperar -como aconteceu nos EUA e nos mercados latino-americanos. Houve queda de 2,72% na Bolsa de Madri; de 2,66% em Frankfurt; e baixa de 2,61% em Londres.
Hoje, os investidores irão se deparar com a divulgação de um importante indicador de inflação dos EUA, o PPI (índice de preços aos produtores).
Como o mercado global anda muito sensível a indicadores de curto prazo, qualquer resultado distante da projeção dos analistas pode estragar o desempenho das Bolsas hoje.
A expectativa do mercado é a de que o PPI tenha subido 0,4% em fevereiro.
Na sexta-feira, será a vez do CPI -índice de inflação ao consumidor americano.
No Brasil, será divulgada a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O documento trará explicações sobre os motivos que levaram os representantes do Copom a reduzir, na semana passada, a taxa Selic de 13% para 12,75% anuais.
No mercado de câmbio brasileiro, o dólar voltou a fechar abaixo dos R$ 2,10. A moeda americana teve recuo de 0,24% e terminou vendida a R$ 2,099. No início dos negócios, o dólar alcançou os R$ 2,118.
O Banco Central não alterou sua forma de agir e comprou dólares dos bancos, promovendo seu já habitual leilão para adquirir moeda -o que não foi suficiente para segurar a apreciação do real.


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