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SDE obtém autorização para acessar documentos
DA REPORTAGEM LOCAL
A SDE (Secretaria de Direito
Econômico) obteve autorização da Justiça no início deste
mês para deslacrar o último
malote de documentos apreendidos na operação Fanta, realizada em 2006, e, assim, dar
continuidade às investigações
de suspeita de prática de cartel
na indústria de suco de laranja.
Os documentos, que devem
ser deslacrados na próxima semana, pertencem à Citrovita,
uma das investigadas. A SDE
considera esse caso "prioritário" entre suas investigações.
Há anos, a indústria de suco é
alvo de denúncias de práticas
abusivas em relação aos produtores de laranja. Em 1999, a
SDE instaurou processo administrativo para apurar denúncia de cartel feitas pela Comissão de Defesa do Consumidor
da Câmara dos Deputados.
As investigações identificaram indícios de prática de cartel por parte das indústrias de
suco -que ocorria por meio da
divisão de produtores para o
fornecimento de laranja. Com
base em depoimento de uma
pessoa que diz ter participado
do cartel em 2005, as evidências ficaram mais fortes, o que
resultou na operação Fanta.
Em janeiro de 2006, a Justiça
determinou o cumprimento de
seis mandados de busca e
apreensão pela PF e pela SDE,
nos escritórios das empresas
Coinbra-Frutesp (em São Paulo e Bebedouro), Sucocítrico
Cutrale (Araraquara), Montecitrus (Monte Azul Paulista) e
Citrovita (São José do Rio Preto), além da sede da associação
dos exportadores de cítricos
(Ribeirão Preto), e na casa de
um ex-diretor de uma empresa.
Após as diligências de busca e
apreensão, o material apreendido foi levado a Brasília, em
malotes lacrados. Desde então,
as empresas recorrem à Justiça
para evitar que a SDE tenha
acesso aos documentos, o que
emperrou a investigação.
O Ministério Público do Estado de São Paulo também investiga a prática de cartel no setor e encaminhou ao Departamento de Justiça dos EUA em
janeiro documento para informar sobre as investigações no
Brasil. No texto, o MP afirma
que, no Brasil, as investigações
indicam que existiu e "ainda
persiste" a prática de cartel por
parte das indústrias de suco.
Essa prática, diz o texto,
ocorre no preço pago pela fruta
aos citricultores e na divisão de
produtores entre as empresas.
Para o MP, é do interesse dos
EUA saber sobre a conduta dos
fabricantes no Brasil, pois os
americanos são importadores
das empresas suspeitas.
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