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folhainvest
Bancos se armam para migrar agências
Fusão recente de bancos leva clientes a trocar de conta, senha, cartão e cheque; correntista deve ficar atento às mudanças
Por norma do BC, pacotes de serviços e tarifas têm que
ter sido uniformizados; Itaú com Unibanco e BB-Nossa Caixa são casos recentes
TONI SCIARRETTA
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma operação de guerra. É
assim que executivos de bancos
em processo de fusão -como
Itaú e Unibanco, Santander e
Real, e Banco do Brasil e Nossa
Caixa- tratam o momento
mais crítico da integração,
quando uma agência (incluindo clientes e funcionários) é
desligada de uma rede e passa a
funcionar no sistema de outra.
Esse momento chegou para
milhares de clientes do Unibanco, que foram ou serão comunicados da conversão de sua
agência em unidade do Itaú.
Para evitar transtornos e poder corrigir eventuais bugs (falhas), o Itaú planeja fazer a conversão em grupos de cerca de
30 agências por fim de semana.
A migração ocorre entre a
noite de sábado e a madrugada
de domingo. Até a semana passada, o banco já tinha trocado
as bandeiras de 36 agências. No
sábado e ontem, outras 30 unidades do Unibanco foram
"tombadas" para a rede do Itaú.
No caso, a migração de uma
agência não é só mudança visual. Implica ao cliente a troca
de número de agência, conta,
senha, cartão magnético e talão
de cheques. Segundo o Itaú, a
conversão é comunicada por
carta com 30 dias de antecedência e os novos cheques e
cartões chegam pouco antes.
Os bancos já tinham equalizado as políticas de preços e
serviços, por exigência do Banco Central para aprovar a fusão.
Para comandar a conversão,
o Itaú montou uma "war room"
[sala de guerra, em inglês], local
de reuniões adaptado para tomada de decisões rápidas.
"Estamos montando uma
"war room", onde, a cada migração, procuramos minimizar os
possíveis impactos. Temos
muita experiência de migração
de agências, mas, com o Unibanco, é diferente. É um banco
grande, com produtos de qualidade. Quando você migra um
banco que não tem tantas funcionalidades, é mais fácil, porque o cliente sempre sai ganhando bastante. Nesse caso, a
gente está preocupado em
mostrar que o cliente não está
perdendo", disse Arnaldo Pereira Pinto, diretor de atendimento do cliente pessoa física.
Os bancos evitam tocar no
assunto, mas o pior que pode
acontecer, segundo a Folha
apurou, é ocorrer alguma pane
na rede nova, quando passa a
"rodar" dados da antiga. No entanto desde a criação do SPB
(Sistema de Pagamentos Brasileiro), em 2002, está descartada a perda de dados. Há uma
série de "backups" e de sistemas de contingência.
No Banco do Brasil, os testes
para conversão de agências da
Nossa Caixa foram todos concluídos. Duas agências já foram
convertidas, uma em São Paulo
e outra em Brasília. "Já fizemos
a migração de vários processos
críticos: cartões, CDBs e câmbio. Agora começa a etapa mais
importante", disse Dan Conrado, diretor do BB em São Paulo.
O Santander preferiu investir primeiro em propaganda de
massa, mostrando a união de
culturas bancárias diferentes,
para preparar terreno para a
conversão das agências.
Segundo Fernando Martins,
vice-presidente de estratégia
de marca do Santander, já foram feitos 4 dos 7 testes previstos de conversão das agências
bancárias, que deverá ocorrer
no terceiro trimestre. "As redes
já estão interligadas, mas serão
uma só. Identificamos o que
era melhor em cada uma e levamos para a definitiva", disse.
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