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Petróleo puxará alta dos investimentos
Indústria planeja aplicar 60% mais no pós-crise, entre 2010-2013, do que entre 2005-2008, prevê BNDES
SAMANTHA LIMA
DA SUCURSAL DO RIO
O investimento que a indústria planeja fazer entre 2010 e
2013 supera em 60% o que foi
realizado nos quatro anos que
antecederam a crise, calcula o
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social). Puxada pelo setor de
petróleo e gás, a indústria destinará R$ 499 bilhões à ampliação da capacidade de produção
neste e nos próximos três anos,
ante R$ 311 bilhões no quadriênio anterior à crise.
Passado o pior da crise e à
medida que se consolida o cenário de crescimento econômico, segmentos industriais retomam os projetos e criam novos.
Porém, a maioria ainda não voltou às expectativas de investimento que tinha em agosto de
2008, mês anterior à quebra do
banco americano Lehman Brothers, segundo o BNDES.
O levantamento considerou
os setores de petróleo e gás natural, extração mineral, siderurgia, petroquímica, veículos,
eletroeletrônicos e papel e celulose. A amostra responde por
47% da produção industrial
brasileira e 58% dos investimentos de todo o segmento.
Trata-se de segmentos intensivos em capital. Estão mapeados projetos financiados pelo
banco estatal e outros com capital próprio, com forte probabilidade de ocorrer.
"A indústria foi o segmento
mais atingido pela crise, pela
rápida capacidade de resposta
que as fábricas têm hoje, graças
à automação. Da mesma forma,
a retomada está sendo rápida",
afirma o economista Fernando
Puga, chefe do Departamento
de Acompanhamento Econômico do BNDES.
No auge da crise, no primeiro
trimestre de 2009, o PIB (indicador de geração de riqueza) da
indústria havia caído 4%. No
último trimestre, subiu 4%. A
comparação feita no estudo
não considera 2009 porque, segundo o BNDES, os dados relativos ao ano passado não estão
inteiramente consolidados.
Mas, apesar do investimento
maior na comparação entre os
dois períodos, a indústria nutre
expectativas mais modestas do
que as que tinha um mês antes
da quebra do Lehman.
O levantamento do BNDES
mostra que, à exceção dos investimentos da Petrobras e do
setor de papel e celulose, nenhum segmento estudado retomou integralmente os planos
anteriores à crise.
"Nesse ciclo até 2012, a demanda do mercado interno
passou a ter um peso maior na
decisão de investimento, em
comparação com o ciclo anterior à crise", diz Puga. Segundo
o BNDES, a demanda internacional puxou 63% dos gastos
realizados entre 2005 e 2008. A
previsão é que, na temporada
até 2013, caia para 57%.
O projeto de produção no
pré-sal e a realização da Copa
do Mundo em 2014 e da Olimpíada em 2016 são os maiores
responsáveis pelo salto nos investimentos, diz o estudo.
Só a Petrobras (e, em escala
bem menor, as demais petrolíferas) vai gastar 59% dos
R$ 499 bilhões, ou R$ 295 bilhões, em exploração e produção. Essa conta não inclui os
R$ 36 bilhões da petroquímica.
Depois de um ano complicado, a siderurgia vê um horizonte animador: o próximo ciclo de
investimentos será 58,7%
maior do que o promovido antes da crise. Serão R$ 44 bilhões, ante R$ 28 bilhões no cenário anterior.
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