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IMPOSTOS
Objetivo é redistribuir carga
Indústria quer alterar taxação sobre cigarros
DA REPORTAGEM LOCAL
A indústria do fumo quer mudar a atual tributação sobre o setor. A partir de um estudo feito
pelo Núcleo de Estudos em Controladoria e Gestão Tributária da
Fipecafi-USP (Fundação Instituto
de Pesquisas Contábeis, Atuariais
e Financeiras), o Sindifumo (Sindicato da Indústria do Fumo do
Estado de São Paulo) vai propor
ao governo mudanças na forma
de tributação sobre os cigarros.
Segundo o estudo da Fipecafi, a
tributação atual é injusta, pois as
empresas de menor porte pagam,
proporcionalmente, mais IPI do
que as grandes. Essa regressividade tributária faz com que os consumidores de cigarros mais baratos paguem mais impostos do que
os mais caros, consumidos por
quem tem mais renda.
A distorção, segundo a Abifumo, começou em 1999, com o decreto nš 3.070, que prevê a cobrança de um valor fixo sobre cada maço de cigarros, qualquer
que seja o preço de fábrica ou o
preço de venda ao consumidor.
Por ter valor fixo, a carga tributária é menor no produto mais caro. Inversamente, o cigarro mais
barato paga mais tributos.
Para corrigir essa distorção, o
Sindifumo propõe a alteração dos
valores fixos do IPI incidente sobre cada uma das atuais quatro
classes de cigarros. "Isso tornaria
a tributação progressiva", segundo José Henrique Nunes Barreto,
presidente do Sindifumo.
Pela proposta, seria criada uma
quinta classe de cigarros, de menor preço e de consumo popular.
Para essa classe, o valor do IPI seria de R$ 0,24 por maço, qualquer
que fosse o preço final. Para as
classes já existentes, o sindicato
propõe os seguintes valores para
o IPI: classe um (maço, até 87
mm), R$ 0,72; classe dois (maço,
acima de 87 mm), R$ 0,872; classe
três (box, até 87 mm), R$ 1,092; e
classe quatro (box, acima de 87
mm), R$ 1,543.
No caso do ICMS, o sindicato
quer o fim do imposto nas vendas
do fumo cru do produtor rural
para as usinas processadoras. No
caso do PIS/Cofins, quer que as
indústrias deixem de ser tributadas pela regra cumulativa e passem para a não-cumulativa.
Em síntese, a indústria quer que
a carga média atual, de 63,07% sobre o faturamento, seja reduzida
para 59,43%. Com isso, os produtores rurais pagariam 2,30% (hoje
pagam 18,82%); as usinas processadoras, 9,24% (10,45%); e os distribuidores, 6,82% (10,80%).
Na cadeia produtiva como um
todo, haveria redução de 3,76%
na carga fiscal, segundo o Sindifumo. Essa perda seria compensada
com o aumento de 6,04% no faturamento do setor. O aumento no
faturamento (e o conseqüente incremento da receita tributária) viria da redução da informalidade,
da redução de demandas judiciais, da inclusão e regularização
de empresas e da inserção de novos investimentos no setor.
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