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Governo Morales adia decreto do gás
FABIANO MAISONNAVE
ENVIADO ESPECIAL A LIMA
O governo do presidente boliviano, Evo Morales, negou ontem
que publicará hoje o decreto da
"nacionalização" do gás natural,
como tem sido chamada a regulamentação da Lei de Hidrocarbonetos, aprovada em maio de 2005.
"São apenas especulações, o decreto não sai neste fim de semana", disse à Folha Alex Contreras,
porta-voz da Presidência. Ele se
negou a dizer qual é a data mais
provável para a assinatura.
Na quinta-feira, Morales recebeu o decreto do ministro dos Hidrocarbonetos, Andrés Soliz, que
vem fazendo duras críticas ao suposto favorecimento da Petrobras
em contratos assinados em governos passados. Segundo ele, o decreto precisa apenas da "palavra
final do presidente".
A expectativa de parte do setor
de gás é que o decreto deva misturar declarações retóricas, como a
de que o governo assumirá a comercialização do gás, e medidas
mais preocupantes -uma delas
seria a criação de uma taxa de retorno sobre o capital investido.
Com isso, a exploração deixaria
de ser considerada uma atividade
de risco, inibindo investimentos.
O governo boliviano tem dito
que haverá um prazo de seis meses para que as empresas estrangeiras se ajustem à nova regra.
Na segunda, Soliz e o presidente
da estatal boliviana YPFB, Jorge
Alvarado, devem se encontrar no
Rio com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Nas últimas semanas, os dois têm discordado publicamente sobre a alteração que prevê a transformação das empresas multinacionais
da atual condição de produtoras
para prestadoras de serviço do Estado boliviano.
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