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BB anuncia capitalização de R$ 8,8 bi
Objetivo é conseguir aporte de recursos que permita à instituição ampliar a oferta de crédito, como ocorreu em 2009
Carteira de crédito do
banco alcançou em 2009
R$ 300,8 bilhões; para este ano, o objetivo é um crescimento de 23%
EDUARDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Para continuar a estratégia
agressiva de aumento de concessão de crédito sem comprometer sua solvência, o Banco do
Brasil anunciou ontem que
pretende ir ao mercado buscar
uma capitalização de até R$ 8,8
bilhões. Os recursos para compor o patrimônio da instituição
virão de uma oferta pública de
286 milhões de ações ordinárias nas próximas semanas.
A intenção do banco, que lidera o mercado brasileiro, é aumentar a sua margem de manobra para prosseguir com a atuação, incentivada pelo governo,
de expansão da carteira de empréstimos para empresas e
consumidores. No ano passado,
em que a economia brasileira
ficou estagnada, o BB incrementou em 33,8% a oferta de
crédito, alcançando R$
300,829 bilhões.
Para 2010, o objetivo da instituição é crescer o bolo em até
mais 23%. Para isso, a capitalização pretendida evitará que o
chamado índice de Basileia
-que mede a relação entre o
capital de um banco e seu volume de empréstimos- caia para
patamares arriscados.
Atualmente, o banco tem
13,7% de exposição. Com a operação deve atingir 15%, embora
o BC exija o mínimo de 11% (para cada R$ 100 que um banco
empresta, ele precisa ter R$ 11
em patrimônio).
Com o índice atual, o banco
tinha uma ""folga" de cerca de
R$ 100 bilhões para a concessão de financiamentos. Com o
novo aporte, a capacidade será
ampliada em mais R$ 80 bilhões. "Há uma política interna
que obriga a uma ação toda vez
que o índice se aproxima de
13%", afirmou o vice-presidente de Finanças do BB, Ivan
Monteiro.
Segundo ele, a capitalização
já era planejada havia seis meses e, além de lastrear o crescimento da carteira, tem a função
de consolidar as aquisições da
instituição durante a crise, como a compra da Nossa Caixa e
de parte do Banco Votorantim.
A oferta de ações é uma das
maiores do mercado brasileiro
nos últimos anos, ficando atrás
apenas da operação realizada
pelo Banco Santander em outubro do ano passado, que totalizou R$ 13,2 bilhões.
"Somos líderes e não queremos diminuir nossa participação no mercado. Os planos de
investimentos e o consumo das
famílias neste ano serão bastante positivos e vamos atender
essas demandas", disse.
Apesar da queda no preço das
ações do banco durante todo o
dia -vendido a R$ 30,55 no fim
do pregão, o papel do banco recuou 0,97%, após 8.000 operações realizadas-, Monteiro
afirmou que o movimento é natural, mas que as cotações ainda são bem competitivas em relação às de bancos privados.
Segundo ele, os recursos da
capitalização também garantirão projetos que já estão em andamento, como a maior internacionalização das atividades.
Anteontem, o BB ganhou autorização para operar com
clientes residentes nos Estados
Unidos e o próximo passo deve
ser a compra de uma instituição financeira americana para
ampliar a rede de atendimento
naquele país.
A proposta, que ainda necessita de aprovação em assembleia geral pelos acionistas,
também inclui uma oferta secundária de títulos em posse do
grupo controlador do banco.
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